terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Especialistas apontam cenário de estabilidade econômica para 2026 e sugerem cautela


Fotomontagem que mostra um punhado de moedas, uma sobre as outras, em cima de um gráfico que retrata o comportamento da economia
Os analistas apostam que o PIB brasileiro deve crescer algo em torno de 2% em 2026 – Arte sobre foto de Marcos Santos/USP Imagens
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O ano de 2026 já está batendo na porta e é hora de pensar no bolso. O que esperar da economia no próximo ano — e o que cada um de nós pode fazer para cuidar melhor do dinheiro? Depois de um 2025 de recuperação moderada, com inflação sob controle e leve avanço no emprego, o grande desafio será manter o crescimento diante de um cenário global incerto — marcado por tensões geopolíticas, desaceleração da China e transição energética acelerada.

O economista Paulo Feldmann, professor do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP, faz um balanço do que foi o ano que está terminando. A expectativa do professor de Economia da USP para 2026 é de que seja um ano bem parecido com o atual, com uma taxa baixa de crescimento em função da alta inflação, com estimativa de 4% de inflação ao ano.

Os alimentos continuam impactando o dia a dia da dona de casa, apesar da queda na inflação. A previsão de boa safra para 2026 deve reverter esse quadro. O emprego deve continuar em alta, mas na informalidade sem os direitos trabalhistas necessários. Além disso, 2026 promete um grande desafio para o governo federal, o controle dos altos juros, gerando uma expectativa negativa para investidores estrangeiros.

 
Paulo Feldmann – Foto: FEA-USP

PIB deve crescer

Os analistas apostam que o PIB brasileiro deve crescer algo em torno de 2% em 2026, impulsionado pelo agronegócio, exportações de commodities e investimentos em infraestrutura. Outro ponto de atenção é a política monetária. O Banco Central deve manter juros em níveis baixos, para incentivar o consumo e o crédito, mas qualquer desequilíbrio nas contas públicas pode mudar essa rota.

Na prática, 2026 promete ser um ano de ajustes finos — equilibrar as contas, estimular o investimento e manter o País no rumo da previsibilidade. Em resumo, 2026 pode trazer oportunidades, mas o segredo continua o mesmo — organizar o orçamento, evitar dívidas caras e fazer o dinheiro trabalhar por você.

O professor da FEA-USP destaca que “o Brasil continua tendo um problema sério, que é o de crescimento de voo de galinha, como nós chamamos. O Brasil quando cresce, cresce 3%. Muito diferente dos países asiáticos, por exemplo, que crescem a taxas de 8%, 9%, 10% ao ano. Mas para o País ter esse crescimento maior, precisa de um plano, precisa de uma política industrial, precisa definir o que quer fazer no longo prazo, o que absolutamente não se sabe”, avalia.

Feldmann finaliza com o exemplo do caso da Petrobras e a exploração de petróleo na bacia amazônica. “O Brasil vinha falando que era o grande líder da energia limpa, que ia extinguir o petróleo no médio prazo, que ia usar só fontes renováveis. De repente, tudo muda e o Brasil resolve investigar se há petróleo na Amazônia.”

Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular.





Autor: usp
Fonte: usp
Sítio Online da Publicação: usp
Data: 01/12/2025
Publicação Original: https://jornal.usp.br/radio-usp/especialistas-apontam-cenario-de-estabilidade-economica-para-2026-e-sugerem-cautela/

USP e Educação #33: Escolas indígenas

USP e Educação - USP
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USP e Educação #33: Escolas indígenas
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As escolas são espaços fundamentais na formação intelectual e cidadã dos indivíduos. Além disso, as instituições são responsáveis pela proliferação e compartilhamento de hábitos intrínsecos à cultura brasileira. Nesse sentido, as escolas indígenas assumem esse papel, garantindo a manutenção dos valores dos povos tradicionais.

Contudo, a realidade brasileira é muitas vezes nociva a essas instituições. Ao longo da história, as escolas indígenas foram tratadas de forma preconceituosa e prejudicial pelos órgãos responsáveis, colocando em segundo plano os interesses e valores dos povos nativos. Elie Ghanem, professor da Faculdade de Educação da USP, comenta que, em grande parte, a escolarização dos povos tradicionais brasileiros foi civilizatória, visando principalmente à evangelização.

Gostou do assunto? Quer saber mais? Então acesse https://jornal.usp.br/sinopses-boletins/usp-e-educacao/ e fique por dentro!

Boletim USP e Educação

Produção: Produção - Cinderela Caldeira, Isabella Lopes e Breno Marino
Edição: Rádio USP
Você pode sintonizar a Rádio USP SP 93,7 MHz e Ribeirão Preto 107,9 MHz, pela internet em www.jornal.usp.br ou nos principais agregadores de podcast como Spotify, iTunes e Deezer.





Autor: usp
Fonte: usp
Sítio Online da Publicação: usp
Data: 01/12/2025
Publicação Original: https://jornal.usp.br/podcast/usp-e-educacao-33-escolas-indigenas/

Biogel desenvolvido em parceria com a USP promove cicatrização de feridas graves

Pesquisador da startup In Situ Terapia Celular trabalhando com o biogel - Foto: Divulgação/In Situ

Um biogel terapêutico desenvolvido pela startup In Situ Terapia Celular, em colaboração com a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, apresentou resultados promissores no modelo pré-clínico de feridas de pele graves associadas à anemia falciforme. A anemia falciforme é uma doença hereditária, caracterizada por inflamação crônica e consequente disfunção imunológica e no processo de cicatrização.

A formulação de uso tópico, que está em fase de patenteamento pela startup, contém pequenas partículas chamadas de vesículas extracelulares, que são liberadas por células estromais mesenquimais e atuam como mensageiras biológicas, regulando o sistema imunológico e auxiliando na regeneração de tecidos lesionados.

As avaliações pré-clínicas iniciais em camundongos sadios mostraram que o biogel acelera em cerca de 50% o processo de cicatrização. “A ferida se fecha em metade do tempo do que fecharia sem o uso do biogel”, explica Adriana Oliveira Manfiolli, pesquisadora-sócia da startup, egressa de pós-graduação na USP. A startup conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e está incubada no Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto e no Hospital Albert Einstein.


Para viabilizar o uso clínico do biogel futuramente, será necessário produzir essas vesículas em larga escala, já que inicialmente as células mesenquimais eram cultivadas em sistemas 2D estáticos, em frascos plásticos, um método trabalhoso e de difícil escalonamento. “Essa limitação foi superada com o desenvolvimento, pelo grupo da professora Kelen Malmegrim de Farias, da FCFRP, de um bioprocesso nacional de produção dessas vesículas em biorreator de tanque agitado, livre de componentes de origem animal e compatível com boas práticas de fabricação”, conta Adriana.

Segundo a engenheira química e pesquisadora do grupo da FCFRP, Paula Bruzadelle Vieira, “o biorreator de tanque agitado é um equipamento que se assemelha a um vaso fechado e permite o cultivo controlado de células animais ou microrganismos, com temperatura, pH e oxigenação regulados, de modo a otimizar o crescimento celular e a produção desejada”.


Adriana Manfiolli, CTO (Chief Technology Officer), e Carolina Caliári Oliveira, fundadora e CEO, ambas da In Situ Terapia Celular - Foto: Divulgação/In Situ


A recém-doutora Natália Cristine Dias dos Santos, responsável pelo desenvolvimento do bioprocesso durante seu doutorado no Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia da FCFRP, completa: “Com o biorreator, foi possível cultivar as células em suspensão, reduzindo etapas manuais e garantindo lotes reprodutíveis e estáveis de vesículas”. Os resultados obtidos e apresentados na tese de Natália, desenvolvida em parceria com a In Situ Terapia Celular, estão em análise para publicação na revista Biotechnology and Bioprocess Engineering.

Para a professora Kelen, o potencial terapêutico das células estromais mesenquimais e de suas vesículas extracelulares está “na vanguarda das terapias avançadas” e “tem sido investigado em diversos estudos clínicos para tratamento de doenças inflamatórias, autoimunes e degenerativas”.
Foto: Divulgação/FCFRP

Potencial para uso no SUS


O biogel contendo as vesículas produzidas em escala ampliada foi testado com sucesso em modelo pré-clínico de feridas de pele graves em camundongos Townes, que mimetizam a anemia falciforme humana.


Nos experimentos realizados pelo biomédico Waldir César Ferreira de Oliveira, durante seu doutorado orientado pela professora Kelen também pelo Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia da FCFRP, foram comparados três grupos de camundongos: sem tratamento, tratados com a formulação original e tratados com o biogel contendo vesículas produzidas em escala ampliada. “O último grupo apresentou cicatrização completa das feridas, com menos inflamação e melhor qualidade do novo tecido”, relata Oliveira.

Com a eficácia terapêutica comprovada em modelo pré-clínico, a próxima etapa será liderada pela startup In Situ, com estudos complementares de custo, escalabilidade e viabilidade regulatória do produto. A perspectiva, segundo a professora Kelen, é que a startup disponibilize o biogel, no futuro, como um produto de terapia avançada acessível pelo SUS. “A ciência feita na universidade, quando conectada ao setor produtivo, pode gerar soluções reais para desafios da saúde pública”, conclui a professora Kelen.



Natália Cristine Dias dos Santos e Paula Bruzadelle Vieira no biorreator ; na sequência Waldir César Ferreira de Oliveira, Kelen Malmegrim de Farias, Paula Bruzadelle Vieira e Natália Cristine Dias dos Santos - Foto: Divulgação/FCFRP



A fundadora e CEO da startup, Carolina Caliári Oliveira, também egressa de pós-graduação na USP, destaca o impacto social do produto: “A ciência tem um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida. Com inovação, dedicação e colaboração, estamos cada vez mais perto de oferecer um tratamento eficaz para as feridas de pele crônicas”. Além da startup, as pesquisas também tiveram apoio financeiro da Fapesp e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Mais informações podem ser obtidas pelos e-mails kelenfarias@fcfrp.usp.br (Kelen) e adriana@insitu.com.br (Adriana), pelos perfis no Instagram @labterapiacelular e @insitu.terapiacelular, ou pelo site https://www.insitu.com.br

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*Estagiária sob supervisão de Rita Stella e Rose Talamone



Autor: usp
Fonte: usp
Sítio Online da Publicação: usp
Data: 01/12/2025
Publicação Original: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/biogel-desenvolvido-em-parceria-com-a-usp-promove-cicatrizacao-de-feridas-graves/

domingo, 30 de novembro de 2025

Imagem de salvamento de baleia “horrível e bela” ganha prémio de fotografia

A baleia “parou e olhou para nós, como que a agradecer”, disse Miesa Grobbelgar, que registou o momento.

Segundo o New Scientist, a fotografia, tirada perto da costa de Ha’apai, em Tonga, aconteceu devido a Grobbelgar e a sua equipa de resgate terem respondido a um pedido de socorro sobre uma baleia-jubarte enredada.

Quando chegaram ao local encontraram uma “corrente pesada e enferrujada a cortar profundamente a sua cauda“, disse Grobbelgar. Trabalharam “com cuidado e silêncio” para a libertar, até que a corrente finalmente se partiu, explicou.


Embora as baleias-jubarte como espécie já não sejam consideradas em vias de extinção, com os números globais a recuperarem dos níveis baixos observados em meados do século XX devido à caça excessiva, ainda existem algumas populações em risco, incluindo as encontradas na costa de Tonga. Estas ainda se contam em poucas milhares, cerca de 30% menos do que antes da caça generalizada.

“É horrível e belo, é a relação da humanidade com a natureza no seu pior e o cuidado da humanidade com a natureza no seu melhor, tudo ao mesmo tempo”, disse Jarrod Boord, um dos juízes do concurso, em comunicado.



Autor: zap
Fonte: zap
Sítio Online da Publicação: zap
Data: 29/11/2025

Continentes estão a ser lentamente ‘arrancados’ por baixo pelo manto terrestre, revela novo estudo

Geocientistas acreditam ter finalmente resolvido um dos maiores enigmas da geologia moderna: a razão pela qual regiões afastadas de qualquer massa continental apresentam vestígios químicos de continentes antigos. A solução, apresentada por uma equipa liderada pela Universidade de Southampton e publicada na revista Nature Geoscience, descreve um processo quase impercetível em que os continentes são “descascados” por baixo, arrastados por movimentos lentos e contínuos do manto superior.


Segundo as simulações e análises químicas conduzidas pelos investigadores, o fenómeno ocorre quando os continentes se fragmentam e começam a afastar-se. Nesse momento, o manto quente e de fluxo extremamente lento desloca-se ao longo das suas bases, removendo pequenas porções das “raízes” continentais. Esse material arrancado é depois transportado a longas distâncias, enriquecendo o manto oceânico e alimentando vulcanismo durante milhões de anos.

Teorias antigas não explicavam a variedade de enriquecimento
Antes deste trabalho, os geocientistas tinham proposto duas hipóteses principais: a reciclagem de sedimentos através de subducção e a subida de plumas do manto carregadas de material profundo. Embora ambos os processos possam contribuir, falhavam em explicar a ausência de sinais de reciclagem em várias regiões enriquecidas, bem como a grande diversidade de idades e composições desse material.

Autor: executivedigest
Fonte: executivedigest
Sítio Online da Publicação: executivedigest
Data: 30/11/2025

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Fiocruz une ciência e cultura em homenagem a Martinho da Vila

A outorga do título de Doutor Honoris Causa da Fiocruz ao músico Martinho da Vila será marcada por uma programação à altura de sua trajetória como um dos maiores nomes do samba e da Música Popular Brasileira (MPB). Na próxima quinta-feira (27/11), como parte da agenda cultural das celebrações dos 125 anos da Fundação, a cerimônia de concessão da honraria máxima da instituição ao cantor, compositor e ritmista será somada à inauguração da nova iluminação monumental do Castelo da Fiocruz (Pavilhão Mourisco). A noite será marcada também por uma atração musical e uma experiência inédita de videomapping na fachada do símbolo máximo da Fiocruz.  

Escalador no Castelo Mourisco.

Alpinista industrial durante as obras de instalação da nova iluminação monumental (foto: Vitor Vogel)

 

O evento, que reforça a ligação entre ciência e cultura, também integra o calendário das comemorações do Mês da Consciência Negra. O palco da celebração será montado em frente ao Pavilhão Mourisco no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro (RJ), cenário de momentos marcantes da história da saúde.  

Homenagem pela contribuição à cultura brasileira

O título acadêmico honorífico ao artista foi concedido em função da discografia do poeta de Vila Isabel, que combina excelência estética, compromisso político e valorização da identidade cultural brasileira, especialmente da herança negra. A proposta foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo (CD) da Fiocruz.

Martinho da Vila.

O título acadêmico honorífico ao artista foi concedido em função da discografia do poeta de Vila Isabel (foto: Divulgação)

 

Nascido em Duas Barras (RJ) em 1938, Martinho José Ferreira iniciou sua carreira musical nos anos 1960 e firmou-se como um dos sambistas mais importantes do Brasil. Com mais de 50 álbuns lançados, sua arte promove consciência social, identidade negra e resistência cultural. Ele também utiliza a escrita para reforçar a luta contínua pela igualdade racial e é Membro da Academia Carioca de Letras.

A conexão de Martinho da Vila com o universo científico se manifestou em diferentes momentos de sua vida. Durante a adolescência, formou-se auxiliar de química industrial e os conhecimentos de fenômenos químicos, físicos e bioquímicos adquiridos na ocasião foram resgatados para batizar o disco Mistura Homogênea, de 2022. Em seu álbum autointitulado lançado em 1992, ele lançou o samba Benzedeiras Guardiãs, composto com Rosinha de Valença, que destaca a sabedoria ancestral e popular no campo da saúde.  

Ao longo da carreira, a voz de clássicos do samba como Canta Canta, Minha Gente e Disritmia também conquistou títulos de Cidadão Carioca, Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, Comendador da República (Grau de Oficial) e a Ordem do Mérito Cultural (pela contribuição à cultura brasileira).  

Nova iluminação monumental e experiência inédita de videomapping  

Além da homenagem a Martinho da Vila, duas novidades prometem realçar ainda mais a riqueza arquitetônica do Castelo: a inauguração de sua nova iluminação monumental; e uma experiência inédita de videomapping.

Com um sistema inovador no Brasil, o novo projeto luminotécnico vai destacar a riqueza e a singularidade da arquitetura eclética e de influência neomourisca. Mais de 900 luminárias vão realçar todas as janelas, varandas e as duas cúpulas, valorizando o volume e dando ainda mais visibilidade ao edifício símbolo da Fiocruz.  

Escalador no Castelo Mourisco.

A tecnologia que fará a fachada e as cúpulas trocarem de cor em datas especiais é inovadora no Brasil (foto: Peter Ilicciev)

 

A tecnologia que fará a fachada e as cúpulas trocarem de cor em datas especiais é inovadora no Brasil. Será adotado o sistema RGBWCLA (sigla em inglês para vermelho, verde, azul, branco, ciano, amarelo-limão e âmbar), que amplia as possibilidades de tons comparado ao sistema RGBW, habitualmente utilizado em projetos de iluminação.

A autoria do projeto é do designer de iluminação Milton Giglio, responsável por projetos como o Carreau du Temple, em Paris, o Palácio Guanabara e o Palácio Laranjeiras, no Rio de Janeiro.

A nova iluminação também vai proporcionar eficiência energética e sustentabilidade, com a adoção da tecnologia de LED, lâmpadas mais compactas e com fluxo luminoso maior, o que vai proporcionar uma economia de 65% no gasto anual com energia. O sistema também tem baixa emissão de CO₂, alinhando a iluminação ao compromisso institucional com sustentabilidade e inovação. Durante o evento, o público ainda poderá acompanhar a experiência inédita de videomapping através de 1700 m² de projeção e 274 mil lumens no Pavilhão Mourisco. A projeção mapeada vai transformar o edifício em uma grande tela para contar os 125 anos da Fiocruz.  

Iluminação.

Nova iluminação também vai proporcionar eficiência energética e sustentabilidade, com a adoção da tecnologia de LED (foto: Benoni da Gama Oliveira, COC/Fiocruz)

 

Com narração da atriz Dira Paes, a iniciativa combina animações, grafismos e fotos históricas que dialogam com os detalhes da arquitetura do Castelo. Entre os temas da projeção, estão o papel da Fiocruz na história da ciência brasileira e sua contribuição para a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) até se tornar um patrimônio nacional e referência internacional da pesquisa em saúde.  

A nova iluminação monumental é uma realização da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), do Ministério da Cultura e do Governo Federal, com gestão cultural da Sociedade de Promoção Sociocultural da Fiocruz (SOCULTFio). A iniciativa conta com o patrocínio master da Shell, além do patrocínio do Itaú Unibanco, MRS e EDF, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Itens proibidos

A segurança de todos os participantes é prioridade para a Fiocruz durante a celebração. Por esse motivo, a entrada de certos itens não será permitida no evento, tais como: armas de qualquer tipo; objetos pontiagudos ou perfurocortantes; explosivos, fogos de artifício e sinalizadores. Cigarros eletrônicos e dispositivos similares; substâncias tóxicas, venenosas ou ilícitas; bebidas alcoólicas; garrafas (exceto, em alguns casos, garrafas plásticas flexíveis de água sem tampa); desodorantes, cosméticos ou perfumes em recipientes com volume superior a 90ml também não podem entrar no evento.

O acesso com outros artigos é barrado, a exemplo de mochilas ou bolsas de grande porte; guarda-chuvas e guarda-sóis (recomenda-se o uso de capas de chuva); capacetes de motos ou similares; máquinas fotográficas ou filmadoras profissionais com lente intercambiável, gravadores, tablets e notebooks; bastões de selfiedroneslasers e walkie-talkies; cadeiras ou bancos; bandeiras e cartazes com mastros ou para fins comerciais; alimentos que não sejam industrializados e lacrados; bichos de pelúcia de qualquer tipo ou tamanho; infláveis de qualquer tipo ou tamanho; e caixas de som ou qualquer outro dispositivo ou instrumento que produza som em volume alto.


Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 24/11/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/fiocruz-une-ciencia-e-cultura-em-homenagem-martinho-da-vila

Fiocruz amplia cooperação com Moçambique e assina parceria em Educação

Durante visita oficial do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Moçambique, a Fiocruz assinou, nesta segunda-feira (24/11), um Memorando de Entendimento (MdE) com o Instituto Nacional de Saúde (INS) do país e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O documento estabelece as bases para cooperação estruturante no âmbito da implementação da Escola Nacional de Saúde Pública de Moçambique, compreendendo atividades nas áreas de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e institucional, além de comunicação, informação e formulação de políticas. Com mais esta parceria, a Fiocruz amplia sua relação com o país africano, o exemplo mais bem sucedido de cooperação estruturante no continente. 

Marly Cruz em assinatura.

MdE estabelece as bases para cooperação estruturante no âmbito da implementação da Escola Nacional de Saúde Pública de Moçambique (foto: Ricardo Stuckert / PR)

Em seu discurso durante a sessão de encerramento do Fórum, Lula citou exemplos de cooperação entre os países, como as parcerias lideradas pela Fiocruz no ensino à distância e na implantação de uma fábrica para produção de antiretrovirais e outros medicamentos em Moçambique.

Ao citar as instituições brasileiras presentes no Fórum e engajadas nessa cooperação que marca a retomada das relações entre os países, Lula ressaltou: "Está aqui hoje a Fiocruz, que já prestou, presta serviços a Moçambique e pode prestar muito mais", disse o presidente. "Queremos que o Governo Brasileiro atualize a sua pauta e política comercial com vocês".

O MdE foi assinado pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Marly Marques da Cruz, no Palácio Presidencial, na capital Maputo. Na ocasião, foram assinados ainda outros oito acordos de cooperação entre os países em áreas como aviação, agricultura, diplomacia, educação, cultura e comércio exterior.

As atividades que compuseram a visita oficial incluem também o Fórum Empresarial Brasil-Moçambique organizado pela Agência Brasileira de Comércio Exterior (Apex Brasil), que destacou os 50 anos de relações diplomáticas entre os países. Marly Cruz participou de um painel sobre Inovação e Saúde. “A Fiocruz é uma instituição pública de ciência, tecnologia e inovação que visa o fortalecimento do Sistema Único de Saúde do Brasil e de outros sistemas, como Moçambique”, disse. Ela ressaltou ainda que a cooperação com Moçambique tem sido muito exitosa e uma das áreas que mais tem avançado é a da Educação, afirmando que há, atualmente, 122 alunos matriculados em cursos de mestrado e doutorado no âmbito desta colaboração, o que indica um caminho de ampliação das atividades.

Marly Cruz em assinatura.

O MdE foi assinado pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Marly Marques da Cruz (foto: Ricardo Stuckert / PR)

Cruz explicou que o MdE se dá no contexto de apoio técnico e assessoria especializada para a implementação da Escola Nacional de Saúde Pública de Moçambique, assim como na criação de um Grupo de Trabalho para discussão da viabilidade e estruturação de uma Escola de Saúde Pública da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Isso mostra o protagonismo e a contribuição de Moçambique na área de formação no âmbito da CPLP”, destacou ela. “A parceria oficializada hoje diz respeito a um trabalho que temos realizado nos últimos anos, sobretudo de fortalecimento do sistema de saúde de Moçambique”. 

Entre os eixos de cooperação estabelecidos no MdE, que tem vigência de cinco anos, estão: planejamento estratégico e desenvolvimento institucional; projetos de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico; intercâmbio de pesquisadores, estudantes e funcionários; intercâmbio de informação e documentação técnico-científica; organização de cursos, seminários ou conferências científicas; formação de pessoas em diferentes modalidades, entre outros.

Cooperação com Moçambique

A relação da Fiocruz com Moçambique é pautada na cooperação estruturante para o fortalecimento do sistema público de saúde local. Dessa forma, espera-se que o país, assim como os países da região, esteja melhor preparado para enfrentar crises sanitárias com respostas mais efetivas.

A área de educação tem sido uma das mais ativas nessa cooperação, com cursos de nível técnico à pós-graduação voltados para a formação de profissionais da saúde conforme necessidade do lado moçambicano. Apenas o Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, fruto de parceria entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde (INS) moçambicano, já formou mais de 60 mestres.

No campo da diplomacia comercial, destaca-se o apoio da Fiocruz, através do Instituto de Tecnologia em Fármaco (Farmanguinhos), para a criação e a operação da primeira indústria farmacêutica 100% pública de Moçambique com parceria com a Sociedade Moçambicana de Medicamentos (SMM). Essa cooperação, iniciada em 2003 tinha como principal objetivo estruturar uma indústria local para produção de medicamentos essenciais, como os antirretrovirais, reduzindo a dependência de importações.

A Fiocruz foi responsável pela coordenação e execução do projeto, que culminou na instalação da estrutura física da fábrica, inaugurada em 2012 e plenamente operacional sob gestão do governo moçambicano a partir de 2021. A Fundação apoiou com a transferência de tecnologia de medicamentos antirretrovirais, capacitação de recursos humanos, e apoio à obtenção de registros de medicamentos junto à autoridade regulatória local. 




Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 24/11/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/fiocruz-amplia-cooperacao-com-mocambique-e-assina-parceria-em-educacao