Oseltamivir x Influenza
O tratamento com o antiviral, de maneira precoce, pode reduzir a duração dos sintomas e, principalmente, a redução da ocorrência de complicações da infecção pelo vírus influenza (A e B).Existe um maior benefício clínico quando iniciado até 48 horas do início dos sintomas;
A terapia com Oseltamivir deve ser iniciada em pacientes graves mesmo se após 48 horas do início dos sintomas;
Tratamento – Indicações:
- Síndrome Gripal SEM fator de risco: pode ser avaliada, excepcionalmente.
- Síndrome Gripal COM fator de risco: para todos os casos (independente de história vacinal).
Veja abaixo os fatores de risco para complicação:
- Adultos ≥ 60 anos;
- Crianças < 5 anos;
- Grávidas em qualquer idade gestacional ou puérperas até 45 dias após o parto;
- Indivíduos com doença crônica:
- Pneumopatias (incluindo asma). Cardiovasculopatias (excluindo hipertensão arterial sistêmica). Nefropatias. Hepatopatias. Doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme). Distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus).
- Transtornos neurológicos e do desenvolvimento que podem comprometer a função respiratória ou aumentar o risco de aspiração (disfunção cognitiva, lesão medular, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, acidente vascular encefálico – AVE ou doenças neuromusculares).
- Imunossupressão associada a medicamentos, neoplasias, HIV/aids ou outros.
- Obesidade (especialmente aqueles com índice de massa corporal – IMC ≥ 40 em adultos)
- População indígena ou População privada de liberdade e moradores de rua.
Qual dose?
- Para Influenza sem complicações com duração de início dos sintomas < 48 horas: 75 mg 12/12 horas por 5 dias
- Para Influenza em pacientes imunocomprometidos com complicações (ex: pneumonia), mesmo se duração de sintomas > 48 horas: 75 mg 12/12 horas por 10 dias (ou mais, a critério clínico).
OBS2: Para os pacientes que vomitam até uma hora após a ingestão do medicamento deve ser administrada uma dose adicional.
ATENÇÃO: A dose de 150 mg de 12/12 horas não é mais recomendada, conforme Sanford Guide (Lee et al, 2013) e recomendações das Guidelines de Influenza do CDC (Timothy et al, 2018).
Quimioprofilaxia
Quando indicar?
- Pessoas com risco elevado de complicações (não vacinadas ou vacinadas < 15 dias), após exposição a caso suspeito ou confirmado de influenza;
- Pessoas com graves deficiências imunológicas, após contato com caso suspeito ou confirmado;
- Trabalhadores de saúde (não vacinados ou vacinados < 15 dias), e que estiveram envolvidos na realização de procedimentos invasivos geradores de aerossóis ou na manipulação de secreções de caso suspeito ou confirmado de influenza sem o uso adequado de EPI;
- Residentes de alto risco em instituições fechadas e hospitais de longa permanência, durante surtos na instituição deverão receber quimioprofilaxia, se tiverem comorbidades;
OBS: Não é recomendada se o período após a última exposição a uma pessoa com infecção pelo vírus for maior que 48 horas.
Ajuste da dose para função renal
Comprometimento Renal | Tratamento 5 dias | Profilaxia 10 dias |
Leve Clearance > 60-90 mL/min | 75 mg 12/12h | 75 mg 1x ao dia |
Moderado Clearance > 30-60 mL/min | 30 mg 12/12h | 30 mg 1x ao dia |
Grave Clearance > 10-30 mL/min | 30 mg 1x ao dia | 30 mg em dias alternados |
Pacientes em hemodiálise Clearance ≤ 10 mL/min | 30 mg após cada sessão de hemodiálise* | 30 mg após cada sessão alternada de hemodiálise |
Pacientes em diálise Peritoneal Contínua ambulatorial – dPCa Clearance ≤ 10 mL/min | Única dose de 30 mg administrada imediatamente após troca da diálise | 30 mg 1 vez por semana imediatamente após troca da diálise**
|
* Sendo apenas três doses (em vez de cinco) após cada sessão de hemodiálise, considerando-se que num período de cinco dias serão realizadas três sessões
** Serão duas doses de 30 mg cada, considerando-se os dez dias, onde ocorrerão apenas duas sessões de diálise
Considerações adicionais — Terapia Adjuvante:
- Macrolídeos: existe evidência, de um único estudo randomizado, de maior redução de citocinas pró-inflamatórias quando do uso associado da Azitromicina e Oseltamivir (Lee et al. 2017). No entanto, ainda não é possível estabelecer recomendações para tal associação rotineira.
- Corticoides: no momento, dada a sugestão de dano, não devem ser usados (a menos que exista uma outra indicação clara para seu uso);
- Antibioticoterapia para Pneumonia Comunitária: se evolução desfavorável em 3 a 5 dias do tratamento com Oseltamivir, considerar coinfecção bacteriana e início de antibioticoterapia.
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 17/01/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/oseltamivir-o-que-voce-precisa-saber-para-a-pratica-clinica/
Nenhum comentário:
Postar um comentário