quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Livro traz reflexões sobre gestão de espaços para habitação popular, no Brasil e em Portugal



Foram reinseridas no espaço da cidade, onde já havia comércio, cinema, biblioteca e tudo mais”, explica. “Hoje, a população mais pobre está inserida nas mesmas áreas que os mais ricos, onde não há a diferença na ocupação dos espaços urbanos. Ambos ocupam os mesmos espaços”, afirma.

Estruturado em seis capítulos, o livro, de 336 páginas, analisa a espacialização urbana voltada à classe pobre em quatro blocos investigativos. Em um deles, o autor considera as distorções socioespaciais impostas pelo capital especulativo, que determinou a fragmentação urbana do território e a consequente segregação para o assentamento das classes sociais. Em outro bloco, aborda a aplicação de instrumentos de política urbana para a busca de equanimidade socioespacial. Posteriormente, Queiroz faz comparações entre as práticas da gestão governamental para a produção do espaço urbano, a partir de exemplos de ações realizadas no Rio de Janeiro e em Lisboa.


Arquiteto e urbanista, Mário Márcio Queiroz avaliou, no livro, os espaços reservados à habitação popular a partir da análise de políticas habitacionais do Brasil e Portugal. (Foto: Marcos Patricio)
Finalmente, ele elabora uma metodologia de análise qualitativa dos espaços urbanos utilizados para assentamento de moradias destinadas às pessoas de menor poder aquisitivo. Com ela, aponta variáveis para futuros projetos destinados à classe popular nas cidades, que contem com a participação de arquitetos e urbanistas. “Você não pode fazer o planejamento do território sem avaliar determinadas condições para saber se o pobre vai poder ou não se assentar ali”, conta o professor, que reúne no livro estudos de caso para 60 experiências habitacionais, sendo 37 do SAAL e 23 de conjuntos residenciais da Companhia Estadual de Habitação do Rio de Janeiro (Cehab-RJ).

Para além do livro, o pesquisador vê com satisfação a volta da atividade residencial em áreas do Centro. “O Rio de Janeiro começa a dar, nesse momento, uma virada de página com a permissão da habitação na área central da cidade. Uma área dotada de infraestrutura. Está sendo realizada uma série de investimentos no Centro, com a transformação de prédios em moradias, que requalifica a cidade, bem como a implantação de novos empreendimentos. Isso resgata uma vivência urbana, que integra escritórios, comércio, áreas culturais e para morar. Cidades em países desenvolvidos obtiveram esta condição, através da requalificação urbanística e do Retrofit em construções obsoletas. Em Nova Iorque se fez assim, bem como em Lisboa e Roma também”, conclui.

Autor: FAPERJ 
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 31/10/2024
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=659.7.1


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