quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Combate à transmissão vertical do HIV — Dia Mundial da Luta Contra a AIDS

Em tempos de pandemia algumas doenças podem às vezes ficar esquecidas. Mas elas não dão trégua. Assim, revisitamos alguns pontos-chave para cuidado em situações específicas no manejo do HIV durante a gravidez e parto. No final de agosto de 2021 foi publicado um guideline pela Johns Hopkins University que trouxe um bom resumo de boa práticas para prevenção e diagnóstico do HIV durante o pré-natal e condução na prevenção de transmissão vertical.


Diagnóstico oportuno do HIV e o início mais precoce da terapia antirretroviral são condições cruciais para evitar a transmissão vertical e manter pacientes e seus filhos saudáveis. Assim a proposta de um guideline visa lembrar de:
Garantir a triagem universal de HIV no início da gravidez, durante o terceiro trimestre e durante o trabalho de parto para aquelas pacientes que não tenham um status HIV negativo documentado;
Incentive no terceiro trimestre a testagem de sífilis e HIV;
Incentive o teste de HIV para pacientes grávidas e no pós-parto que apresentam sintomas de HIV agudo;
Aumente a captação de pacientes com desejo de profilaxia pré-exposição entre pacientes grávidas que não apresentam teste positivo para HIV, mas apresentam alto risco de contrair HIV durante a gravidez e o pós-parto.



Legislação

Importante ponto é discutir com a paciente que descobriu recentemente ser portadora da notificação de seu parceiro;
Testagem universal: fundamental para o bom controle e prevenção de transmissão vertical. Incluindo aquelas que comparecem em trabalho de parto e que não tenham documentação sobre seu status sorológico no pré-natal. Realizar teste rápido imediatamente com consentimento informado e ter o resultado o mais breve possível;
A testagem antes demorava até 12 horas para resultado final, hoje (nos EUA) tem obrigatoriedade legal de apresentar o resultado em até 60 minutos após o consentimento informado aceito;
Diagnóstico complementar deve ser oferecido para pacientes HIV positivo no teste rápido em gestantes;
Se a paciente nega-se a realizar o teste rápido em trabalho de parto, sangue fetal é obtido com ou sem seu consentimento para avaliação de status sorológico do recém-nascido com resultado disponível em tempo não maior que 12 horas;
Profilaxia antirretroviral: o hospital deverá garantir o recebimento da profilaxia antirretroviral tanto à gestante/parturiente e a seu recém-nascido.
Screening universal
No screening universal utiliza-se teste de 4ª geração;
Pacientes com testes positivos devem ser referenciadas a uma unidade de referência em cuidados HIV (lá nos EUA a média é de até 3 dias para essa consulta ocorrer — ambulatório de infectologia);
Para pacientes com testagem negativa, um novo teste deve ser feito no 3º trimestre, antes de 36 semanas (idealmente entre 28 e 32 semanas);
Para aqueles pacientes com quadros agudos sugestivos de HIV a testagem deve ser imediata, mesmo com teste negativo durante a atual gravidez;
Se um teste de RNA detectar valor acima de 5.000 cópias/ml, o clínico deverá fazer diagnóstico de suspeição mesmo com teste sorológico não reagente ou indeterminado;
O screening para clamídia, sífilis e gonorreia deve ser oferecido às pacientes suscetíveis na janela de 28 a 32 semanas no pré-natal.
Profilaxia pré-exposição
Se uma paciente gestante solicitar profilaxia pré-exposição ela deve ser encaminhada para receber a medicação após a avaliação da situação de possível contágio ou comportamento que vá entrar em contato com HIV. A profilaxia não é contraindicada na gravidez nem durante o aleitamento materno.






Autor: João Marcelo Martins Coluna
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 01/12/2021
Publicação Original: https://pebmed.com.br/combate-a-transmissao-vertical-do-hiv-dia-mundial-da-luta-contra-a-aids/

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