Darwin (que passou pelo Brasil em 1832 e 1836); Peter Lund (que veio ao Brasil por duas vezes, a primeira em 1825 e a segunda em 1833, quando decidiu ficar definitivamente até sua morte em 1880); Alfred Russel Wallace (1848 - 1852); Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Von Spix (1817-1820). Bem como de naturalistas alemães, que faziam parte da realeza: o príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied (1815-1817) e a princesa Theresa da Baviera (1888), única mulher entre os cientistas abordados no livro já que, naquela época, era muito mais difícil para elas atingirem a condição de naturalista.
Carlos Rocha montou um minucioso perfil dos naturalistas, revelando aos leitores quem eles eram, de que país vieram, a formação e a principal área de atuação de cada um, seus interesses científicos, a trajetória de vida antes e depois das viagens, o que encontraram e as impressões em relação ao que viram.
Um trabalho de fôlego, realizado ao longo de seis anos de intensa pesquisa, entre 2016 e 2022, e que, algumas vezes, levou o autor a trilhar o sentido contrário dos naturalistas, conduzindo-o a universidades e bibliotecas da Europa em busca de anotações, artigos e livros; e aos museus do Velho Continente, onde estão expostos os materiais coletados.
Logo nas primeiras páginas, Rocha apresenta uma evolução do conhecimento científico no Brasil, contextualiza a época áurea das expedições científicas e mostra o porquê do enorme interesse de naturalistas e de diferentes reinos da Europa em esmiuçar a fauna, a flora, a geografia, os recursos minerais e aspectos antropológicos do nosso território.
“Por conta, sobretudo, das invasões francesas e holandesas ocorridas nos séculos XVI e XVII, o Reino de Portugal proibiu, durante mais de 200 anos, o ingresso de estrangeiros no Brasil, incluindo expedições, além da edição de livros, da publicação de jornais, da abertura de estradas e de uma série de outras atividades que pudessem gerar um sentimento de nação entre aqueles que viviam na Colônia. Isso gerou uma grande curiosidade europeia em relação à nossa terra represada durante anos. A abertura do território às outras nações, a partir da vinda da Família Real, em 1808, acabou determinando um interesse, uma procura generalizada e a realização de dezenas de expedições ao longo de quase 100 anos de forma a revelar um Brasil até então proibido”, explica Rocha, que é apoiado pelo programa Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ.
O professor Carlos Frederico Rocha ao lado da estátua de Charles Darwin, no Museu de História Natural de Londres, onde esteve para apurar informações para o livro. O naturalista inglês esteve no Brasil em 1832 e 1836 (Foto: acervo do autor) Autor: Faperj Fonte: Faperj Sítio Online da Publicação: Faperj Data: 27/10/2023 Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=430.7.3 |
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