segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Coronavírus: o que é pandemia e por que a OMS ainda não declarou uma no caso atual


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O termo 'pandemia' é usado para descrever situações em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas de forma simultânea no mundo inteiro

Os primeiros casos do novo coronavírus foram confirmados na China cerca de um mês atrás. Com a chegada do vírus a mais de 20 países, médicos e cientistas estão preocupados diante da velocidade de disseminação da doença.

Na quinta-feira (30/01), a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou emergência de saúde pública de interesse internacional — o que, oficialmente, significa a ocorrência de um "evento extraordinário que constitui um risco à saúde pública para outros Estados por meio da disseminação internacional de doenças e potencialmente exige uma resposta internacional coordenada".


Um exemplo recente é o da gripe suína, em 2009, à qual é atribuída a morte de centenas de milhares de pessoas, de acordo com a estimativa de especialistas.

As pandemias acontecem, em geral, quando há um vírus novo capaz de infectar seres humanos com facilidade e de ser transmitido de uma pessoa a outra de forma eficiente e continuada.

O novo coronavírus, pelo que se sabe até agora, tem essas características.

Assim, sem uma vacina contra o agente patogênico ou tratamento que possa prevenir a doença, conter a sua disseminação é crucial.


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Isolar pacientes e casos suspeitos é a melhor forma de controlar a disseminação do vírus, apontam infectologistas
Quando uma pandemia é declarada?

De acordo com a descrição da OMS das fases de uma pandemia, o novo coronavírus estaria a um passo de se tornar uma.

Primeiro, porque está se espalhando entre seres humanos e por já ter sido detectado em uma série de países vizinhos da China, além de outros mais distantes.

A pandemia aconteceria se houvesse o aparecimento de surtos localizados em diversas regiões do mundo ao mesmo tempo.
Qual a probabilidade de que isso aconteça?

Ainda não se sabe com precisão a gravidade do novo coronavírus e em que proporção ele irá se propagar.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirma que a disseminação fora da China, no momento, parece ser "mínima e lenta".

Há mais de 17 mil casos confirmados e 360 mortes, a maioria na China.

Fora do país asiático, há mais de 150 casos confirmados e uma morte, nas Filipinas.

"Se investirmos em lutar contra a doença no epicentro (do surto), na fonte, a disseminação para outros países será mínima e lenta", disse Ghebreyesus em uma reunião do Conselho Executivo da OMS nesta segunda-feira (03/02).

Cada pandemia é diferente e, até que o vírus comece de fato a circular globalmente, é impossível prever totalmente seus efeitos.

Especialistas acreditam que o novo coronavírus — que, de acordo com os dados mais recentes, matou cerca de 2% dos infectados — possa ser menos letal do que outras doenças que protagonizaram surtos recentes de vírus da mesma família, como a Síndrome Respiratoria Aguda Grave (9,5%), a Sars, e a Síndrome Respiratória do Oriente Média (de 35%), que ficou conhecida como Mers.

A decisão da OMS de declarar emergência global veio do fato de que a doença tem sido transmitida entre humanos fora da China e a possibilidade de que possa atingir países com sistemas de saúde frágeis.

Apesar de a instituição recomendar aos países que tomem medidas para prevenir o aparecimento da doença ou limitar seu contágio, ela também destacou que, por ora, não avalia que haja necessidade de limitar viagens ou o comércio internacional.




Autor: Michelle Roberts
Fonte: Editora de Saúde na BBC News
Sítio Online da Publicação: BBC News Brasil
Data: 03/02/2020
Publicação Original: https://www.bbc.com/portuguese/geral-51363153

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