terça-feira, 7 de setembro de 2021

Setembro amarelo: tempo de repensar a vida



A importância de falarmos sobre o suicídio

Quer queira ou não, as mortes autoprovocadas são um problema de saúde pública mundial (mais de 800 mil mortes por suicídio e mais de 16 milhões de tentativas todos os anos no mundo), que invade os mais diversos ambientes, atingindo desde o colega distante do trabalho, ao frequentador da mesma igreja, ao parente nem tão próximo, esvaecendo até mesmo seu amigo, cônjuge, filho, pai, mãe… ou paciente!

Enquanto os números caem no mundo, o Brasil não para de crescer nessa sombria estatística. Brasil, México e Estados Unidos são responsáveis por um aumento de 35% no número de suicídios mundiais no século XXI, enquanto, neste mesmo período, o mundo encolheu 30%. E, acredita-se que o número seja ainda mais preocupante, visto que as subnotificações são uma realidade que permeiam muitos países e acabam por interferir na qualidade do gerenciamento dos registros oficiais, incluindo no próprio Brasil.

Haja vista a proporção alarmante de tentativas de autoextermínio, devemos estar aptos a reconhecer os sinais de alerta. Processos de introspecção, com retraimento social, perda de prazer por atividades outrora interessantes, descuido com aparência, piora do desempenho nas atividades laborais ou nos estudos, alterações no sono e no apetite, diminuição da energia, além de pensamentos de morte podem dar fortes indícios de que é hora de cuidar.

Pessoas mais acometidas

Um outro ponto de importante ressalva é o impacto do suicídio nas minorias. Cada vez mais negros, indígenas, gays, transexuais, e mulheres, tentam suicídio todos os anos. Algo precisa ser feito. Como diz a grande socióloga Michelle Alexander em seu livro “Responsibility for Justice”, quando o problema não é de ninguém, ele é de todos. E sim, de todos nós!

Além da necessidade de pôr-se em prática o conceito de integralidade no contexto de prevenção do suicídio, com a atuação dos profissionais de saúde de forma articulada e multidisciplinar diante do indivíduo em situação de vulnerabilidade, também devemos repensar o quão poderoso é o exercício de uma boa escuta, oferecendo um verdadeiro acolhimento do sujeito em sofrimento. Não menos importante, é de extrema relevância a articulação com outros setores na sociedade, promovendo ações preventivas educacionais, sedimentando a luta contra o preconceito, como o bullying, além de campanhas contra o porte e posse de armas, que matam mais e mais pessoas por suicídio em todo o mundo.

Gostaríamos de encerrar com essa frase, que resume o ato de prevenir o suicídio em todas as esferas:

O cuidado é a essência da vida, e o amor é a essência do cuidado.







Autor: pebmed
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 06/09/2021
Publicação Original: https://pebmed.com.br/setembro-amarelo-tempo-de-repensar-a-vida/

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