sexta-feira, 21 de junho de 2024

Pesquisadores nomeiam primeira espécie de dinossauro para a Bacia Potiguar


O Cretáceo é formalmente dividido entre superior e inferior e acredita-se que a Formação Açu seja da porção “média” do Cretáceo.

Até o ano de 2005, fósseis de vertebrados eram desconhecidos na área, exceto pelo achado de umas poucas escamas de peixe. Lílian conta que foi em 2005 que o professor Francisco Pinheiro, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, encontrou os primeiros ossos na Bacia Potiguar. Mas foi apenas em 2015, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que ela obteve apoio para dar início à prospecção e coletas, que resultaram em volumoso material, depositado nas coleções de vertebrados fósseis do Departamento de Geologia da UFRJ.

Os primeiros trabalhos publicados sobre os vertebrados fósseis coletados já demonstravam a riqueza fossilífera da Bacia Potiguar, composta de peixes e dinossauros, mas também fósseis de tartarugas, crocodilos e fezes fossilizadas (coprólitos), assim como sua similaridade com fósseis africanos, já que a Bacia Potiguar representa o último ponto de contato do continente americano com a África. Desde então, Lílian, estudantes e outros pesquisadores têm ido a campo anualmente, em busca do seu principal objetivo de estudo – os mamíferos do período Cretáceo -, que ainda não encontrou em meio a tantos outros fósseis, que já ultrapassam 350 tombos e quase 2 mil exemplares.

Lílian Bergqvist e Paulo Victor Luiz G. da Costa Pereira: os fósseis coletados pelos pesquisadores demonstram a riqueza fossilífera da Bacia Potiguar, composta de peixes e dinossauros, tartarugas, crocodilos e coprólitos

Ex-bolsista de Pós-doutorado nota 10 da FAPERJ até 2023 e atualmente contratado da UFRJ, o biólogo Paulo Victor Luiz Gomes da Costa Pereira foi quem se debruçou sobre a descrição anatômica e a filogenia da nova espécie. Segundo ele, as zigapófises (estrutura de ligação entre as vértebras) indicaram a atuação da cauda e sua posição em descanso, revelando possíveis características de equilíbrio e movimentos. As análises indicavam uma cauda no formato de “s” pouco pronunciado, que ampliavam os movimentos laterais e verticais, sem afetar a integridade das articulações. A cauda, esse enorme apêndice dos dinossauros, poderia ser usada para sinalização e comunicação entre os componentes da manada, como defesa contra predadores, como reserva energética ou dissipador de calor, entre outras funções, especulam os pesquisadores. “Os saurópodes têm uma cauda bastante diagnóstica”, afirma Paulo Victor, que desde criança foi atraído pelos dinossauros.



Autor: FAPERJ 
Fonte: FAPERJ 
Sítio Online da Publicação: FAPERJ 
Data: 20/06/2024
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=560.7.3

Nenhum comentário:

Postar um comentário