quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

O cocó das aves pode ser a chave para travar a próxima pandemia


Primeiro vêm os caranguejos-ferradura. Levantando as suas conchas redondas, semelhantes a tanques, eles saem da Baía de Delaware, sob a primeira lua cheia de maio para acasalar e pôr os seus ovos.

Os pássaros vêm logo a seguir. Centenas de milhares de aves costeiras migratórias, que grasnam, descem a estas praias para se empanturrarem com os ovos ricos em proteínas e gordura. Ao longo de uma semana, algumas aves duplicam o peso, enquanto se preparam para retomar as viagens entre a América do Sul e os locais de reprodução de verão, no Ártico. Até 25 espécies diferentes de aves param aqui a cada primavera.


É uma maravilha ecológica que não se vê em mais lado nenhum do mundo e uma bonança para os cientistas que procuram travar a próxima pandemia.

Este ano, o trabalho destes investigadores adquiriu uma nova urgência, uma vez que um perigoso vírus da gripe, o H5N1, está a devastar o gado leiteiro e os bandos de aves nos Estados Unidos. O mundo está a observar para ver se a ameaça vai aumentar.

O trabalho nesta praia pode ajudar a tornar isso claro.

“Isto aqui é um tesouro”, diz Pamela McKenzie, acenando ao seu parceiro de investigação, Patrick Seiler.

Pamela McKenzie e Patrick Seiler fazem parte de uma equipa de investigadores financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde no Hospital de Investigação Infantil St. Jude, que, há quase 40 anos, vem às praias aqui perto para recolher cocó de aves.

O projeto é uma criação de Robert Webster, um virologista neozelandês, que foi o primeiro a perceber que os vírus da gripe provêm das entranhas das aves.



Autor: CNN Portugal 
Fonte: CNN Portugal 
Sítio Online da Publicação: CNN Portugal
Data: 09/02/2025

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