quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Novo laboratório de alta contenção nível 3 amplia capacidade de pesquisa nacional

A Fiocruz inaugurou, na última sexta-feira (10/10), mais um laboratório de alta contenção para pesquisas com biomodelos, classificado como de nível de biossegurança 3 (NBA3). O novo ambiente representa um avanço estratégico para a ciência brasileira, ampliando a capacidade do país de conduzir estudos sobre agentes infecciosos de relevância para a saúde pública. É o primeiro espaço desse tipo no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) – e um dos poucos existentes no Brasil.


Espaço tem 70 m² e possui uma estrutura tecnológica avançada (foto: Rudson Amorim)

Recentemente, a Fiocruz inaugurou um NBA3 no Recife, na Fiocruz Pernambuco. O IOC/Fiocruz já contava com mais dois laboratórios NB3 convencionais, voltados a experimentações in vitro, nos quais é referência. Diferentemente dessas unidades, o novo espaço segue protocolos ainda mais rigorosos, pois permite estudos in vivo sobre a interação entre patógenos e seus hospedeiros. Essa abordagem é essencial para a vigilância em saúde e para o desenvolvimento de vacinas.

Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Alda Maria Cruz pontuou que a pandemia de Covid-19 deixou importantes legados e impulsionou avanços científicos. “Os estudos com biomodelo são fundamentais para a saúde pública, eles são uma espécie de chave-mestra para as descobertas”, salientou.

O coordenador do Centro de Experimentação Animal (CEA) do IOC/Fiocruz, André Nunes de Sales, destacou o impacto da nova estrutura. “Este novo laboratório é capaz de promover uma alta contenção biológica e reduzir riscos de trabalho. Agora, podemos manipular agentes patogênicos que anteriormente não era possível. Para a população, isso significa respostas mais rápidas a emergências sanitárias”, frisou.

Com 70 m², o espaço possui uma estrutura tecnológica avançada, composta por quatro áreas principais, sendo duas salas de quarentena e inoculação e outras duas voltadas para a experimentação. O ambiente permite o trabalho simultâneo de até quatro cientistas.


Laboratório segue rigorosos protocolos de segurança (foto: Rudson Amorim)

A diretora do IOC/Fiocruz, Tania Araujo-Jorge, destacou a relevância do NBA3 para o trabalho colaborativo em pesquisa. “Este espaço pode ser utilizado por cientistas de todo o Rio de Janeiro. É um ganho enorme para a cidade. Poderemos, por exemplo, colaborar ainda mais com as pesquisas realizadas nas universidades”, comemorou.

O coordenador da Plataforma NB3 do IOC/Fiocruz, Marco Horta, reforçou o caráter estratégico da nova estrutura. “Esses laboratórios desempenham papéis centrais na vigilância em saúde do país, na pesquisa translacional, inovação, formação e capacitação. Quanto mais gente formada e treinada, mais rápida será a nossa resposta a emergências”, comentou.

A criação do novo laboratório era uma demanda antiga dos pesquisadores, com o objetivo de viabilizar estudos sobre determinadas patologias que exigem alto nível de contenção. A nova estrutura permitirá ampliar pesquisas, garantir respostas mais ágeis e fortalecer a autonomia científica do Instituto.

“Precisamos dessa infraestrutura para desenvolver medicamentos e vacinas, por exemplo. Se não tivermos um ambiente seguro para atuação com patógenos de alto risco, não temos como realizar inúmeras pesquisas”, destacou o chefe do Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia do IOC/Fiocruz, Marcelo Alves Pinto, que utilizará o espaço em estudos com o vírus Sars-CoV-2.

Além de abrir espaço para novas linhas de pesquisa, o laboratório também fortalecerá estudos em andamento, com impacto direto em diversas áreas do Instituto, como Virologia e Imunologia. O projeto do NBA3 foi desenvolvido em parceria com a empresa Biotec e contou com emenda parlamentar do deputado Paulo Ramos (PDT).




Autor: Laura Cordeiro (IOC/Fiocruz)
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 14/10/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/10/novo-laboratorio-de-alta-contencao-nivel-3-amplia-capacidade-de-pesquisa-nacional

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