sábado, 4 de junho de 2022

Fórum de Sepse 2022: diagnóstico biomolecular – aspectos microbiológicos de novas tecnologias

A identificação precoce do agente causador de quadros de sepse ainda é uma das maiores dificuldades no manejo dessa condição, tendo impacto no tempo para estabelecimento de terapia adequada.

Os avanços e possibilidades de novas ferramentas foram discutidas em uma das palestras do XVIII Fórum Internacional de Sepse.


Diagnóstico biomolecular

Veja os destaques a seguir:

 Apesar do avanço das tecnologias, a maior parte dos métodos de identificação microbiológica disponíveis no Brasil são dependentes da presença de culturas positivas. Essa característica já limita o tempo em que os médicos assistentes podem ter os resultados.

Técnicas de diagnóstico molecular constituem-se métodos com alta sensibilidade e especificidade, com possibilidade de identificação do patógeno e detecção de perfil de suscetibilidade, e que permitem menor tempo até liberação dos resultados. Os equipamentos funcionam a partir de kits “fechados” (pacotes).

O uso de painéis sindrômicos moleculares para bacteremias e infecções do trato respiratório inferior e superior vem ganhando espaço, permitindo diferenciação entre infecções bacterianas e virais de forma rápida.

Estudos que avaliaram a performance do uso dessas plataformas em casos de bacteremia mostraram boa correlação com os métodos clássicos de identificação baseados em cultura, com maior concordância para infecções monobacterianas.

De forma semelhante, os painéis sindrômicos podem ser utilizados em outros tipos de amostras clínicas, como lavado broncoalveolar, aspirado traqueal e escarro. Outras amostras, como líquido pleural, têm sido utilizadas de forma off-label. Nesses casos, vale destacar que as análises são semiquantitativas, com os resultados sendo gerados não em UFC, mas em logs de bins. A correspondência aproximada entre as duas unidades foi avaliada em estudos experimentais in vitro somente.

Algumas limitações importantes que devem ser consideradas incluem perda de concordância com testes padrão-ouro em infecções polimicrobianas e limitação do alcance da identificação aos patógenos contidos nos pacotes.

Além disso, vale lembrar que, apesar da possibilidade de detecção da presença de alguns genes de resistência, ainda há necessidade da realização de testes de suscetibilidade a antimicrobianos (TSA), inclusive para determinação de fenótipos.

Por fim, destacam-se as perspectivas futuras: novos fabricantes, com possibilidade de redução de custo, associação com testes de suscetibilidade e a possibilidade de uso em amostras sem incubação prévia.




Autor: Luiz Fernando Fonseca Vieira
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 03/06/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/forum-de-sepse-2022-diagnostico-biomolecular-aspectos-microbiologicos-de-novas-tecnologias/

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