“Os resultados obtidos no estudo indicam um aumento da temperatura do ar principalmente nas regiões tropicais, o que acelerará os processos físicos de evaporação e transpiração na vegetação, além de aumentar a probabilidade de mega incêndios durante a estação seca nessas regiões”, explica Delgado, que recebeu apoio da FAPERJ para a realização de suas pesquisas por meio do programa Cientista do Nosso Estado. O estudo foi realizado em parceria com Marcos Gervasio Pereira, do Instituto de Agronomia/Departamento de Solos da UFRRJ, e contou com a colaboração de Yuri Andrei Gelsleichter, ex-aluno do Programa de Pós-Graduação Binacional da mesma universidade, e de Romário Oliveira de Santana, que também atua no Instituto de Florestas/Departamento de Ciências Ambientais da UFRRJ e também conta com apoio da FAPERJ, tendo sido contemplado no programa de Treinamento e Capacitação Técnica (TCT) da Fundação.
A partir do alto, à esq., em sentido horário: Rafael Delgado, Marcos Pereira, Romário Santana e Yuri Gelsleichter
A modelagem utilizada, Autoregressive integrated moving average (ARIMA), vem sendo utilizada a bastante tempo pelos pesquisadores do Laboratório de Sensoriamento Remoto Ambiental e Climatologia Aplicada (LSRACA/UFRRJ), e, agora, com o novo acoplamento espacial, os dados de vegetação do Enhanced Vegetation Index (EVI) – obtidos a partir de imagens obtidas por satélite e disponibilizadas globalmente para a comunidade científica – foram simulados para toda América do Sul, com uma resolução espacial por célula de grade de aproximadamente 30 km. “Entre os dez biomas da América do Sul, savanas, florestas tropicais e subtropicais úmidas de folhas largas apresentaram a maior diminuição da vegetação, conforme simulado pelo modelo ARIMA. O estudo deixa claro que novas políticas públicas para a preservação e o monitoramento destes biomas devem ser adotadas a curto prazo”, alerta Delgado, que defende mais incentivo à pesquisa, com o lançamento de novos editais de fomento, melhorias na infraestrutura das universidades públicas e incremento nas bolsas de Iniciação Científica e Pós-Graduação para absorção de novos pesquisadores.
O apoio da FAPERJ permitiu a obtenção de computadores e também a manutenção do laboratório para a continuidade das pesquisas durante a pandemia provocada pela Covid-19. “A pesquisa desenvolvida neste trabalho só pode ser concluída em razão de fomentos passados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da FAPERJ”, ressalta o pesquisador. “É evidente que a mudança climática está modificando estas paisagens e as ações antrópicas podem acelerar o desaparecimento destes biomas, através do desmatamento (comércio ilegal de madeira), garimpos clandestinos e o incentivo ao aumento das fronteiras agrícolas nestas regiões”, diz. “Ainda assim, com todas as adversidades climáticas e a aceleração da mudança da paisagem por ações antrópicas, estes biomas mantêm condições favoráveis a inúmeras espécies e à vida humana, contribuindo assim para a manutenção do clima global”, ressalva Delgado. O artigo pode ser conferido no endereço a seguir: https://authors.elsevier.com/a/1f8v5iZ5t92km
Autor: Paul Jürgens
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 30/06/2022
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=111.7.0
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