Um estudo retrospectivo intitulado Body Piercings Resulting in Emergency Department Visits: Addressing a Hole in the Literature e apresentado no AAP Experience 2022 avaliou lesões relacionadas a piercings em pacientes pediátricos admitidos em departamentos de Emergência (DE) americanos no período de 2011 a 2020.
Os piercings são uma forma popular de modificação corporal entre crianças, adolescentes e adultos. As orelhas são o local de perfuração mais frequente. Embora a American Academy of Pediatrics (AAP) recomende adiar a colocação desses acessórios até que a criança possa ter autocuidado adequado, um relatório clínico de 2017 da academia destaca a falta de dados confiáveis descrevendo complicações, incluindo infecções. Dessa forma, os pesquisadores buscaram preencher essa lacuna de conhecimento.
Metodologia
O banco de dados do National Electronic Injury Surveillance System (NEISS) foi consultado, sendo usado um código de produtos para estabelecer casos entre pacientes de até 24 anos no período selecionado. As narrativas dos casos foram revisadas para identificar as lesões relacionadas aos piercings. Os dados foram agrupados com base na idade, no sexo e na parte do corpo afetada. Os autores utilizaram também os padrões de cuidados para incluir a identificação de infecções e a necessidade de escalada de cuidados (escalation of care – EOC).
Resultados
Em um período de nove anos, houve 338.972 lesões com 59.485 infecções e 2.538 EOC. Os pacientes eram predominantemente do sexo feminino (85%) e com idades de 13 a 24 anos (55,79%). Infecções ou EOC ocorreram em 17,55% e 0,75% das lesões, respectivamente. Ambas as infecções e EOC foram significativamente associadas com a idade (P< 0,01). Das partes do corpo acometidas por perfurações, as orelhas foram as mais acometidas (70,75%) e as mais frequentemente infectadas (51,28%).
Conclusão
O presente estudo é a primeira estimativa nacional americana de lesões relacionadas a piercings corporais que dão entrada em DE. A maior frequência de lesões e infecções ocorreu em adolescentes, mulheres e presença de piercings nas orelhas. Essas informações podem auxiliar os pediatras e outros membros da equipe de saúde a fornecer orientações antecipadas às famílias e aos pacientes, identificando características associadas a lesões por piercing que resultam em ida ao DE. Além disso, pode informar futuras recomendações para evitar eventos graves relacionados a esses adereços.
Autor: Roberta Esteves Vieira de Castro
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 10/10/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/aap-2022-lesoes-e-infeccoes-por-piercings-frequentes-em-emergencias-pediatricas/
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