terça-feira, 18 de outubro de 2022

O sexto oceano

Além dos já conhecidos Atlântico, Índico, Pacífico, Ártico e Antártico, descobriu-se um imenso volume de água a cerca 650 quilômetros de profundidade. A compreensão da atividade geológica no interior do planeta agora deve mudar




Ao longo da vida aprendemos coisas que se cristalizam como verdades absolutas. Uma delas dava conta da existência de cinco oceanos no planeta. Desde a semana passada, no entanto, esse número mudou. Na verdade, a Terra possuí seis oceanos. Chancelam essa surpreendente informação pesquisadores da Universidade Gothe, em Frankfurt, na Alemanha.


Eles descobriram a existência de um depósito de água, e, tal depósito é justamente o que está sendo denominado o sexto oceano. Ele é gigantesco e acredita-se que o seu volume seja superior a quantidade somada de todos os mares já conhecidos — quantidade essa à qual a ciência jamais chegou.

O sexto oceano encontra-se a cerca de seiscentos e cinquenta quilômetros de profundidade, em um local batizado pela geologia como Zona de Transição. Ela está localizada entre os mantos superior e inferior, no interior da Terra, área em que, até pouco tempo, imaginava-se que apenas houvesse rochas, magma e atividade geológica. O novo estudo foi publicado na revista Nature Geocience, uma das mais conceituadas do mundo.


CIÊNCIA O pesquisador alemão Frank Brenkerm liderou o estudo: ele afirma que há grande quantidade de líquido no interior terrestre

A descoberta, ainda sem nome exato, passa a fazer companhia aos já conhecidos oceanos Atlântico, Índico, Pacífico, Glacial Ártico e Glacial Antártico. Os cientistas começaram a pesquisar esse sexto oceano a partir de um fato curioso. Dois diamantes foram encontrados, um no Brasil e outro em Botswana, na África. Na nação africana a pedra preciosa tinha 1,5 centímetro e teria se formado na Zona de Transição há mais de três mil anos. Já o diamante achado no Brasil trazia outros materiais químicos a ele acoplados, como, por exemplo, dióxido de carbono (CO2).

Tanto a datação quanto esses elementos naturais que acompanhavam a pedra brasileira indicam, segundo os estudiosos, que os diamantes foram formados no mesmo ponto terrestre — ou seja no centro da Terra. É como se a natureza tivesse nos apresentado um maravilhoso e fantástico espetáculo de ficção.

O melhor é que tudo é realidade. “Demonstramos que a zona de transição não é uma esponja seca, mas contém quantidades consideráveis de água”, declarou Frank Brenkerm, um dos cientistas que comandaram o estudo. A revelação indica que o dinamismo da ciência continua e, por conseguinte, o que se aprende nos bancos escolares está longe de ser algo imutável.






Autor: istoe
Fonte: istoe
Sítio Online da Publicação: istoe
Data: 18/10/2022
Publicação Original: https://istoe.com.br/o-sexto-oceano/

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