também um dos coordenadores do diagnóstico.
Ao chamar a atenção para a deterioração do oceano e da zona costeira e para o prejuízo resultante na qualidade de vida e também na economia, o estudo quer realçar a relação de interdependência com o ambiente marinho e costeiro de toda a população, seja ela moradora ou não do litoral. “Como sequestrador e estocador de carbono, o oceano desempenha papel fundamental na regulação climática”, enfatiza Beatrice Padovani, professora de oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e uma das coordenadoras do diagnóstico. Se milhões de pessoas vivem e tiram seu sustento diretamente do oceano e da zona costeira, os habitantes do interior também estão conectados a uma complexa cadeia que responde pela segurança alimentar, hídrica e energética, pelo acesso a recursos minerais e biotecnológicos e pelo desfrute estético e espiritual das paisagens marinhas.
“Nos últimos anos, presenciamos a emergência de uma grande força de baixo para cima, com o protagonismo de povos indígenas e populações tradicionais em defesa do oceano e do meio ambiente costeiro. É importante que outros atores sociais, como os empresários do setor de turismo, por exemplo, também se conscientizem de que a qualidade do mar e a preservação da linha da costa são fundamentais para sua atividade econômica”, sublinha Turra. O documento apresenta propostas para a promoção de um “oceano próspero, efetivamente protegido e usado de forma mais justa, equitativa e ambientalmente sustentável”.
O STD aborda o tema da governança em uma perspectiva múltipla, capaz de considerar a diversidade de setores, etnias, gêneros e de gerações. Enaltece a complementaridade dos diferentes saberes. E busca promover o conceito da “cultura oceânica”, um movimento mundial que busca disseminar a influência do oceano na vida das pessoas e o impacto da ação humana sobre ele, incentivando a troca de conhecimentos e a reconexão com o mar.
Iniciativas multilaterais, como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) n° 14, “Vida na Água”, ambas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), são referenciais que ajudam a pautar o tema e a direcionar ações nacionais.
A FAPESP contribuiu para a criação do 1º Diagnóstico Brasileiro Marinho-Costeiro sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos por meio de bolsas e auxílios à pesquisa concedidos a vários cientistas envolvidos na elaboração do documento no âmbito do Programa BIOTA.
O Sumário para Tomadores de Decisão pode ser acessado em: www.bpbes.net.br/produto/diagnostico-brasileiro-marinho-costeiro/.
Autor: FAPESP
Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 24/11/2023
Publicação Original: https://agencia.fapesp.br/lancado-o-mais-completo-levantamento-sobre-a-biodiversidade-marinha-costeira-brasileira/50293
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