sábado, 6 de julho de 2024

Projetos selecionados pelo programa PROEDUCA buscam melhorar o aprendizado e reduzir desigualdades



 
Educação
Projetos selecionados pelo programa PROEDUCA buscam melhorar o aprendizado e reduzir desigualdades
Segunda chamada lançada pela FAPESP em parceria com a Secretaria da Educação de São Paulo selecionou oito projetos de pesquisa em educação básica

05 de julho de 2024

Um dos projetos aprovados propõe o uso jogos didáticos para facilitar o processo de alfabetização (foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília)

 

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Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – No Brasil, em 2019, havia 1,4 milhão de crianças não alfabetizadas mesmo tendo idade para tal. Em 2021, com a pandemia de COVID-19, esse número saltou para 2,4 milhões. Pesquisadores do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro, vão tentar reduzir esse déficit adotando uma abordagem pedagógica que envolve o uso de jogos didáticos.

"O desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita em crianças do ensino fundamental 1 se tornou um problema enorme, que vamos abordar valorizando a pedagogia, o lúdico e a infância. Trabalharemos atividades de intervenção focadas naquilo que a criança precisa, que é o brincar, a capacidade de imaginar, de estar com o outro, envolver-se e dar risada. Como os jogos são uma brincadeira [e não a realização de uma tarefa], a percepção sobre o desenvolvimento dessas habilidades que estão atrasadas muda para a criança”, explica Andreia Osti, professora do Departamento de Educação do IB-Unesp.

O projeto é um dos oito aprovados no segundo edital do programa PROEDUCA, implementado pela FAPESP em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc). O anúncio foi feito ontem (04/07). O programa, de apoio a pesquisas em educação básica, tem o objetivo de subsidiar o aprimoramento e o desenvolvimento de políticas públicas educacionais e de abordagens pedagógicas inovadoras que visem à melhoria do aprendizado e à redução de desigualdades educacionais.

Segundo Osti, seu projeto pretende atender a dois grupos: o denominado “alfa”, formado por crianças que ainda não conseguem ler nem escrever (escrevem apenas algumas palavras); e o “grupo leitura, escrita e interpretação” (LEI), com crianças que apresentam dificuldades ortográficas e de concordância, por exemplo.

“A pandemia teve um impacto tão grande na escola que em uma mesma sala podemos ter crianças do grupo alfa ou do grupo LEI. Os jogos e a abordagem devem ser diferentes nesses dois casos. No grupo alfa usaremos jogos de memória, por exemplo, com cartões contendo imagens e palavras. Já no grupo LEI, trabalharemos com outras regularidades da gramática, a partir de jogos de quebra-texto, por exemplo – quando se oferece o primeiro parágrafo de um texto para a criança e, depois, as outras frases soltas para que ela reordene o texto”, conta Osti.



Autor: FAPESP 
Fonte: FAPESP 
Sítio Online da Publicação: FAPESP 
Data: 05/07/2024

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