dentes-de-sabre (Smilodon populator), os toxodontes (Toxodon platensis) e a espécie Xenorhinotherium bahiense haviam desaparecido entre 10 e 12 mil anos atrás devido a fatores como o aquecimento global e as mudanças nos biomas, e a ação predatória do homem primitivo por meio da caça. “As idades de 3.500 anos dos fósseis analisados no estudo, junto com as evidências arqueológicas, demonstram que as teorias de caça predatória por homens primitivos e a rápida expansão humana para novos territórios não são muito adequadas para explicar a extinção da megafauna na América do Sul. De alguma forma, essas espécies se adaptaram ao clima mais quente e úmido e sobreviveram por milhares de anos após o fim da Era do Gelo”, contextualizou Fábio Faria.
Os fósseis descritos no artigo e analisados no Laboratório de Radiocarbono na UFF – o único laboratório a realizar esse tipo de análise na América do Sul, localizado no campus do Gragoatá, em Niterói – pertencem às coleções paleontológicas do Museu de Pré-História de Itapipoca e do Laboratório de Zoologia do Departamento de Biologia da UFMS. Os grandes mamíferos com idade de aproximadamente 3.500 anos foram encontrados em Itapipoca – o Xenorhinotherium bahiense (3.587 ± 112) e a Palaeolama major (3.492 ± 165 anos). Junto com eles foram identificados, da coleção cearense, a Preguiça Gigante (Eremotherium laurillardi; 6.161 ± 364 anos e 7.415 ± 167 anos), o Tigre Dentes-de-Sabre (Smilodon populator; 7.803 ± 179 anos), o Toxodon platensis (7.804 ± 226 anos) e o Mastodonte (Notiomastodon platensis; 7.940 ± 502 anos). Já entre os fósseis oriundos do rio Miranda, no MS, foi identificada outra Preguiça Gigante (Eremotherium laurillardi; 5.942 ± 294 anos). O método utilizado para a datação dos fósseis foi 14C-AMS (Datação do Carbono-14 por Espectrometria de Massa com Aceleradores).
Outro pesquisador fluminense integrante da equipe, Hermínio Araújo-Júnior, da Uerj, ressaltou a importância do fomento à pesquisa em Geociências e Paleontologia. “Fui coorientador do Fábio Faria durante o seu Doutorado, junto com o professor Ismar, quando ele já se dedicava a esse tema. A construção do conhecimento científico leva anos e se dá pela continuidade e, nesse sentido, a FAPERJ tem sido uma das agências de fomento à pesquisa que mais contribuem com os estudos em Paleontologia, tendo apoiado diretamente esse projeto. O trabalho é um marco na história da Paleontologia do Quaternário de animais gigantes para as Américas e esperamos que ele tenha outros desdobramentos”, concluiu.
Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 24/01/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=709.7.3
Nenhum comentário:
Postar um comentário