HABITAT DE INOVAÇÃO: CONCEITOS E IMPORTÂNCIA
Andreia de Bem Machado1
Lauro Charlet Pereira2
Na sociedade atual, baseada no conhecimento, um dos fatores que influencia a riqueza de um país é a inovação. Esta pode acontecer através da criação de ambientes que oportunizem trocas de conhecimentos com intuito inovador, por intermédio de parcerias entre universidades, empresas e governo. Os locais físicos onde ocorrem tais trocas são intitulados “habitats de inovação”.
A concepção de habitats de inovação (HI), de acordo com Machado (2018), vem sendo construída ao longo dos anos. Em 1970, estava atrelada a sistema de inovação, como se pode notar no primeiro trabalho publicado sobre a temática, de Erich Jantsch, em que o autor discute que a inovação, no sistema educacional, com foco na estrutura das universidades, tem que agir de forma a integrar-se em quatro aspectos: empírico, pragmático, normativo e intencional. Já na década de 1990, os trabalhos sobre HI têm como foco o sistema de inovação, ou seja, leis, decretos e ações intangíveis que proporcionam a inovação. No final da década de 1990, as publicações começam a diferenciar sistema de inovação (SI) de habitat de inovação. Nessa época, SI era compreendido como uma rede que incluía fatores sociais, políticos, organizacionais, institucionais e outros, os quais influenciavam o desenvolvimento, a difusão e o uso de inovações. Já o HI referia-se ao ambiente físico de inovação que proporcionava, aos empreendedores, a transformação de grandes ideias em empreendimentos de sucesso; eram intitulados de incubadoras de empresas.
O conceito de Habitat de Inovação Tecnológica (HIT) é sinônimo de um ambiente de inovação e, para outros, significa um local para troca de experiências que proporcionem a inovação. Segundo Matatkova e Stejskal (2013), ambiente de inovação, às vezes chamado de habitat de inovação, pode ser definido de várias maneiras, porém ressalta-se que em todos os sentidos são adotadas ciência e tecnologia na transformação do conhecimento em inovação.
No Brasil, a expressão “habitat de inovação” começou a ser difundida em 2012, no VI Encontro Nacional de Gestores de Inovação e Transferência Tecnológica (FORTEC). No entanto, o seu significado ainda não é claro, não só no País, como também no mundo.
Portanto, os habitat de inovação são espaços nos quais o conhecimento é disseminado com o intuito de promover a inovação. Tais locais são fortalecidos com uma política que envolva interações entre os três principais agentes da inovação: governo, instituições educacionais e empresas.
Assim, considera-se que o habitat de inovação envolve trocas de conhecimento que operam o processo de inovação e influenciam inovações, incluindo um conjunto de vários elementos contextuais relacionados com as condições macroeconômicas (instituições) e com as condições microeconômicas. Esses locais são classificados como: cidade intensiva em conhecimento, cidade inteligente, technopolis, parque científico, parque tecnológico, parque científico e tecnológico, parque de inovação, parque de pesquisa, centro de inovação, hotel tecnológico, pré-incubadora, incubadora, aceleradora, coworking e laboratório de prototipagem, como maker space, também pode se considerar como cidades sustentáveis, polos de inovação e núcleos de inovação.
REFERÊNCIAS
MACHADO, Andreia de Bem. Habitat de inovação: construção do conhecimento em incubadoras. 2018. Tese de Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.
MATATKOVA, K.; STEJSKAL, J. Descriptive analysis of the regional innovation system: novel method for public administration authorities. Transylvanian Review of Administrative Sciences, Romênia, v. 1, n. 39, 2 dez. 2013, p. 91-107.Mensal. Disponível em: <http://rtsa.ro/tras/index.php/tras/article/view/126/122>. Acesso em: 27 fev. 2019
1 Pedagoga. Pesquisadora no grupo de pesquisa via do conhecimento UFSC. Doutora em Engenharia e Gestão do Conhecimento. Avaliadora do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis) Professora no Curso de Engenharia de Produção na UNIASSELVI. Av. Getúlio Vargas, 63 – Centro 2, Brusque – SC, 88353-900. E-mail: andreiadebem@gmail.com
2 Engenheiro Agrônomo. Doutor em Planejamento e Desenvolvimento Rural Sustentável, Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente. Rod. SP 340, Km 127,5. Caixa Postal 69. Tanquinho Velho, Jaguariúna/SP. 13.820-000. E-mail: lauro.pereira@embrapa.br
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 14/03/2019
Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 14/03/2019
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2019/03/14/habitat-de-inovacao-conceitos-e-importancia-por-andreia-de-bem-machado-e-lauro-charlet-pereira/
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