Marcos César Bissaro Júnior – Foto: Reprodução
A análise dessas rochas dos campos de Talismã e Niterói, na região entre o Acre e o Amazonas, revelou os fenômenos que permitiram a uma superfauna habitar a região milhões de anos atrás. Esses animais gigantes populavam a região pantanosa que se chama hoje de sistema Pebas, e podiam medir mais de dez metros de comprimento, variando de répteis até roedores gigantes. “Vimos que o boom da diversidade aconteceu no Neógeno, período onde se encontra o Mioceno”, diz Marcos.
Segundo Annie, a datação pode ajudar a entender a origem da biodiversidade da Amazônia, impacto do surgimento da Cordilheira dos Andes, que causaria a inversão do curso do Rio Amazonas, há cerca de 23 milhões de anos. Esse fato causou um acúmulo de água na região estudada, formando um megapântano, propício para a proliferação de uma fauna rica e de imenso tamanho. “Todos os braços de água que sofreram essa mudança desaguavam no sistema Pebas, criando esse grande lago. Essa é a história que os sedimentos dessa região contam.”
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Uma das espécies de Purussaurus foi descrita: P. brasiliensis (imagem ilustrativa), o maior de todos, da Fm. Solimões (Mioceno Tardio do Acre) – Ilustração: Ornitholestes via Wikimedia Commons / Domínio público
Esse grande lago abrigou, mais notavelmente, o maior crocodiliano do período cenozoico na América do Sul, o Purussaurus brasiliensis, ou Purussauro, que media cerca de 12 metros. Outro animal foi a Neopliblema, que seria uma espécie de capivara gigante. Essas espécies, junto a outras como serpentes, tartarugas e preguiças, indicam, segundo Annie, um ambiente extremamente rico em água.
A análise dessas rochas dos campos de Talismã e Niterói, na região entre o Acre e o Amazonas, revelou os fenômenos que permitiram a uma superfauna habitar a região milhões de anos atrás. Esses animais gigantes populavam a região pantanosa que se chama hoje de sistema Pebas, e podiam medir mais de dez metros de comprimento, variando de répteis até roedores gigantes. “Vimos que o boom da diversidade aconteceu no Neógeno, período onde se encontra o Mioceno”, diz Marcos.
Segundo Annie, a datação pode ajudar a entender a origem da biodiversidade da Amazônia, impacto do surgimento da Cordilheira dos Andes, que causaria a inversão do curso do Rio Amazonas, há cerca de 23 milhões de anos. Esse fato causou um acúmulo de água na região estudada, formando um megapântano, propício para a proliferação de uma fauna rica e de imenso tamanho. “Todos os braços de água que sofreram essa mudança desaguavam no sistema Pebas, criando esse grande lago. Essa é a história que os sedimentos dessa região contam.”
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Uma das espécies de Purussaurus foi descrita: P. brasiliensis (imagem ilustrativa), o maior de todos, da Fm. Solimões (Mioceno Tardio do Acre) – Ilustração: Ornitholestes via Wikimedia Commons / Domínio público
Esse grande lago abrigou, mais notavelmente, o maior crocodiliano do período cenozoico na América do Sul, o Purussaurus brasiliensis, ou Purussauro, que media cerca de 12 metros. Outro animal foi a Neopliblema, que seria uma espécie de capivara gigante. Essas espécies, junto a outras como serpentes, tartarugas e preguiças, indicam, segundo Annie, um ambiente extremamente rico em água.
Annie Schmaltz Hsiou – Foto: Reprodução
Os sedimentos analisados datam do período do Mioceno, cerca de 8 a 10 milhões de anos atrás. As datações foram feitas usando análise radiotópica, que mede a presença de urânio e chumbo nas rochas. O urânio, que sofre decaimento químico, se transforma em chumbo com o tempo. Medindo a quantidade desses elementos nos minerais, pode-se constatar a idade das rochas.
Até o estudo, o que se usava para datar os fósseis era uma estimativa baseada em descobertas vindas de outros locais da América do Sul. De acordo com a datação que se realizava nestes outros fósseis, era atribuída a mesma datação estimada aos descobertos na Amazônia. “Uma determinada espécie vivia na Amazônia, mas também era vista no Mioceno da Argentina, então se supunha que elas viveram na mesma época”, explica Annie. “Agora, tendo a datação absoluta, podemos ver quando se formou não só esse bioma amazônico, mas também os fósseis dos animais que viveram nele.”
Este post foi modificado as 18/03/2019 11:34
Autor: Jornal da USP
Fonte: Jornal da USP
Sítio Online da Publicação: Jornal da USP
Data: 18/03/2019
Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/super-jacares-habitaram-pantano-gigante-da-amazonia-ha-milhoes-de-anos/?amp
Os sedimentos analisados datam do período do Mioceno, cerca de 8 a 10 milhões de anos atrás. As datações foram feitas usando análise radiotópica, que mede a presença de urânio e chumbo nas rochas. O urânio, que sofre decaimento químico, se transforma em chumbo com o tempo. Medindo a quantidade desses elementos nos minerais, pode-se constatar a idade das rochas.
Até o estudo, o que se usava para datar os fósseis era uma estimativa baseada em descobertas vindas de outros locais da América do Sul. De acordo com a datação que se realizava nestes outros fósseis, era atribuída a mesma datação estimada aos descobertos na Amazônia. “Uma determinada espécie vivia na Amazônia, mas também era vista no Mioceno da Argentina, então se supunha que elas viveram na mesma época”, explica Annie. “Agora, tendo a datação absoluta, podemos ver quando se formou não só esse bioma amazônico, mas também os fósseis dos animais que viveram nele.”
Este post foi modificado as 18/03/2019 11:34
Autor: Jornal da USP
Fonte: Jornal da USP
Sítio Online da Publicação: Jornal da USP
Data: 18/03/2019
Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/super-jacares-habitaram-pantano-gigante-da-amazonia-ha-milhoes-de-anos/?amp
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