“É sempre bom lembrar,
Que o copo vazio
Está cheio de ar”
Copo Vazio, de Chico Buarque
Empty Planet: The Shock of Global Population Decline. Imagem: Amazon
O livro “Empty Planet: The Shock of Global Population Decline”, dos jornalistas canadenses Darrell Bricker e John Ibbitson (2019), contesta as previsões da Divisão de População da ONU que apontam que a população mundial vai continuar crescendo (mesmo que em ritmo menor) ao longo do século XXI, devendo alcançar 11,2 bilhões de habitantes em 2100.
Os autores argumentam que a população mundial em breve começará a declinar, remodelando dramaticamente a paisagem social, política e econômica do mundo. Eles dizem que, ao longo da história, o despovoamento foi o produto de catástrofes: eras glaciais, pragas, o colapso das civilizações, etc. Porém, na contemporalidade, o declínio da população deve ocorrer em função da regulação da fecundidade e da menor demanda por filhos, que ocorre em função da urbanização, menor religiosidade das famílias, empoderamento das mulheres, enfim, em decorrência do desenvolvimento econômico e social.
Embora os autores considerem que uma população global menor trará consigo uma série de benefícios (tais como salários mais altos; bons empregos estimulando a inovação; menor risco de fome; vantagens para o meio ambiente, etc.), eles realçam o lado negativo e as rupturas que a depopulação pode provocar. O envelhecimento populacional (com o respectivo aumento da razão de dependência demográfica) e a redução do volume da população em idade de trabalhar são os desafios mais evidentes.
Todavia, os dois autores (que não são demógrafos) apostam em um cenário de projeção com um pico populacional abaixo dos 9 bilhões, em meados do atual século e um declínio nas décadas seguintes. Embora este cenário seja uma das possibilidades indicadas pelas projeções da ONU, não é a alternativa mais provável, pois enquanto a população da Europa, da América Latina e da Ásia deve apresentar redução na segunda metade do século, a população da África deve ter um crescimento muito expressivo, compensando a queda nas demais regiões.
Portanto, o argumento do livro “Empty Planet” não retrata de forma consistente o conhecimento demográfico sobre o futuro da população mundial. Mas mesmo que a população global se estabilize em 9, 8 ou 7 bilhões de habitantes, é difícil sustentar a ideia de que o Planeta estará vazio com tanta gente.
Como disse Chico Buarque “É sempre bom lembrar, Que o copo vazio, Está cheio de ar”. Ou seja, um Planeta com menos pessoas não é necessariamente uma coisa ruim. Ao contrário, o decrescimento da população deve levar a um decrescimento da economia, no longo prazo, diminuindo as áreas ecúmenas e aumentando as áreas anecúmenas.
A redução da população mundial poderia contribuir para o aumento das áreas de florestas que funcionam como absorvedores de carbono, o que poderia mitigar os efeitos danosos do aquecimento global e da acidificação dos solos, águas e oceanos. Poderia também mitigar as consequências catastróficas da 6ª extinção em massa das espécies, pois, na verdade, enquanto cresce a população humana, todas as demais populações não humanas diminuem e diversas espécies mais antigas do que o Homo sapiens estão desaparecendo.
Na contramão do livro dos jornalistas canadenses Darrell Bricker e John Ibbitson, o biólogo e entomologista americano, Edward Osborne Wilson (1929 – ) propõe um plano denominado “Half-Earth”, para reservar metade da superfície da Terra à natureza. Ele lançou o livro “Half-Earth: Our Planet’s Fight for Life” onde argumenta que a situação que enfrentamos é grande demais para ser resolvida aos poucos e propõe uma solução compatível com a magnitude do problema: dedicar metade da superfície da Terra à natureza.
Edward O. Wilson chama a atenção para o fato de que a atual taxa de perda de biodiversidade que paira sobre a Terra, ameaça erradicar virtualmente todos os animais e plantas selvagens. Ele diz: “Estamos extinguindo a biodiversidade da Terra como se as espécies do mundo natural não fossem melhores do que as ervas daninhas e os insetos da cozinha. Não temos vergonha?”
A humanidade já ultrapassou a capacidade de carga do Planeta. O tamanho da economia mundial está sufocando a vida natural. Além dos artigos de consumo de luxo, os governos e a iniciativa privada constroem barragens, fazendas para a produção de commodities agrícolas e produção de gado, fábricas industriais, escolas, hospitais, resorts de férias, infraestrutura urbana e rural e uma infinidade de empresas que obliteram os habitats preciosos para a vida natural. A humanidade está destruindo os solos, as nascentes de água potável, poluindo os rios, lagos e oceanos, além de usar a atmosfera como depósito de carbono da queima de combustíveis fósseis e do metano da pecuária que transformam o sistema climático da Terra, gerando o aquecimento global, as mudanças climáticas e todas as suas consequências.
O processo é tão intenso que a maioria dos cientistas, incluindo Wilson, acredita que agora entramos em uma nova época, definida não por influências naturais, mas por aquelas emanadas pelos seres humanos: o Antropoceno, que avança enquanto a natureza murcha e morre. Desta forma, a redução do tamanho da população pode contribuir para preservar a metade do Planeta e conservar a outra metade.
De fato, o livro “Empty Planet” faz um terrorismo com a possibilidade de um decrescimento da população e assume uma postura pronatalista antropocêntrica e ecocida. Os autores reforçam o mito sobre a possibilidade de um crescimento populacional e econômico ilimitado (“Growthism”). Todavia, mais crescimento tem gerado menos qualidade de vida ambiental e pode levar a um colapso ecológico.
No artigo “Two Cheers for Population Decline”, no Project Syndicate (29/01/2019), Aidar Turner critica o alarmismo do livro “Empty Planet” e diz: “Um eventual declínio gradual da população, desde que resulte da livre escolha, deve ser bem-vindo. Por outro lado, líderes autoritários e chauvinistas, como o presidente russo, Vladimir Putin, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ou o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, veem o crescimento da população como um imperativo nacional e a alta fecundidade como dever feminino. E mesmo muitos comentaristas não-chauvinistas assumem que há algo não natural ou insustentável no declínio da população, que sociedades envelhecidas devem inevitavelmente ser menos dinâmicas e que a imigração em grande escala é a resposta essencial ao declínio demográfico”.
Desta forma, o declínio da população é bem-vindo, pois apenas o decrescimento demoeconômico pode evitar os desafios do aquecimento global e da 6ª extinção em massa das espécies, preservando a metade do espaço terrestre para as forças vivas da natureza. O mundo precisa utilizar a outra metade de maneira responsável e de acordo com os princípios da conservação, da regeneração dos ecossistemas e do equilíbrio homeostático do clima.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
Referências:
ALVES, JED. Preservação e conservação da natureza, Ecodebate, 20/12/2017
https://www.ecodebate.com.br/2017/12/20/preservacao-e-conservacao-da-natureza-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. ‘Half-Earth’: reservar metade da Terra para a natureza, Ecodebate, 08/06/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/06/08/half-earth-reservar-metade-da-terra-para-a-natureza-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. “Sobrecarga da Terra: superpopulação e superconsumo, Ecodebate, 01/08/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/08/01/sobrecarga-da-terra-superpopulacao-e-superconsumo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. População, mudanças climáticas e o IPCC, Ecodebate, 01/10/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/10/01/populacao-mudancas-climaticas-e-o-ipcc-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. A humanidade já ultrapassou os limites da resiliência do Planeta, Ecodebate, 03/10/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/10/03/a-humanidade-ja-ultrapassou-os-limites-da-resiliencia-do-planeta-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Darrell Bricker, John Ibbitson. Empty Planet: The Shock of Global Population Decline, February 2019 https://www.amazon.com/Empty-Planet-Global-Population-Decline/dp/0771050887
WILSON, E.O. “A Biologist’s Manifesto for Preserving Life on Earth” Half-Earth Project, Dec 16, 2016 https://eowilsonfoundation.org/e-o-wilson-writes-article-for-sierra-club-magazine-on-why-we-need-the-half-earth-solution/
WILSON, E.O. Half-Earth: Our Planet’s Fight for Life
https://eowilsonfoundation.org/half-earth-our-planet-s-fight-for-life/
ADAIR TURNER. Two Cheers for Population Decline, Project Syndicate, Jan 29, 2019
https://www.project-syndicate.org/commentary/population-decline-benefits-human-welfare-by-adair-turner-2019-01
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/03/2019
Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 15/03/2019
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2019/03/15/planeta-vazio-ou-pronatalismo-antropocentrico-e-ecocida-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
O livro “Empty Planet: The Shock of Global Population Decline”, dos jornalistas canadenses Darrell Bricker e John Ibbitson (2019), contesta as previsões da Divisão de População da ONU que apontam que a população mundial vai continuar crescendo (mesmo que em ritmo menor) ao longo do século XXI, devendo alcançar 11,2 bilhões de habitantes em 2100.
Os autores argumentam que a população mundial em breve começará a declinar, remodelando dramaticamente a paisagem social, política e econômica do mundo. Eles dizem que, ao longo da história, o despovoamento foi o produto de catástrofes: eras glaciais, pragas, o colapso das civilizações, etc. Porém, na contemporalidade, o declínio da população deve ocorrer em função da regulação da fecundidade e da menor demanda por filhos, que ocorre em função da urbanização, menor religiosidade das famílias, empoderamento das mulheres, enfim, em decorrência do desenvolvimento econômico e social.
Embora os autores considerem que uma população global menor trará consigo uma série de benefícios (tais como salários mais altos; bons empregos estimulando a inovação; menor risco de fome; vantagens para o meio ambiente, etc.), eles realçam o lado negativo e as rupturas que a depopulação pode provocar. O envelhecimento populacional (com o respectivo aumento da razão de dependência demográfica) e a redução do volume da população em idade de trabalhar são os desafios mais evidentes.
Todavia, os dois autores (que não são demógrafos) apostam em um cenário de projeção com um pico populacional abaixo dos 9 bilhões, em meados do atual século e um declínio nas décadas seguintes. Embora este cenário seja uma das possibilidades indicadas pelas projeções da ONU, não é a alternativa mais provável, pois enquanto a população da Europa, da América Latina e da Ásia deve apresentar redução na segunda metade do século, a população da África deve ter um crescimento muito expressivo, compensando a queda nas demais regiões.
Portanto, o argumento do livro “Empty Planet” não retrata de forma consistente o conhecimento demográfico sobre o futuro da população mundial. Mas mesmo que a população global se estabilize em 9, 8 ou 7 bilhões de habitantes, é difícil sustentar a ideia de que o Planeta estará vazio com tanta gente.
Como disse Chico Buarque “É sempre bom lembrar, Que o copo vazio, Está cheio de ar”. Ou seja, um Planeta com menos pessoas não é necessariamente uma coisa ruim. Ao contrário, o decrescimento da população deve levar a um decrescimento da economia, no longo prazo, diminuindo as áreas ecúmenas e aumentando as áreas anecúmenas.
A redução da população mundial poderia contribuir para o aumento das áreas de florestas que funcionam como absorvedores de carbono, o que poderia mitigar os efeitos danosos do aquecimento global e da acidificação dos solos, águas e oceanos. Poderia também mitigar as consequências catastróficas da 6ª extinção em massa das espécies, pois, na verdade, enquanto cresce a população humana, todas as demais populações não humanas diminuem e diversas espécies mais antigas do que o Homo sapiens estão desaparecendo.
Na contramão do livro dos jornalistas canadenses Darrell Bricker e John Ibbitson, o biólogo e entomologista americano, Edward Osborne Wilson (1929 – ) propõe um plano denominado “Half-Earth”, para reservar metade da superfície da Terra à natureza. Ele lançou o livro “Half-Earth: Our Planet’s Fight for Life” onde argumenta que a situação que enfrentamos é grande demais para ser resolvida aos poucos e propõe uma solução compatível com a magnitude do problema: dedicar metade da superfície da Terra à natureza.
Edward O. Wilson chama a atenção para o fato de que a atual taxa de perda de biodiversidade que paira sobre a Terra, ameaça erradicar virtualmente todos os animais e plantas selvagens. Ele diz: “Estamos extinguindo a biodiversidade da Terra como se as espécies do mundo natural não fossem melhores do que as ervas daninhas e os insetos da cozinha. Não temos vergonha?”
A humanidade já ultrapassou a capacidade de carga do Planeta. O tamanho da economia mundial está sufocando a vida natural. Além dos artigos de consumo de luxo, os governos e a iniciativa privada constroem barragens, fazendas para a produção de commodities agrícolas e produção de gado, fábricas industriais, escolas, hospitais, resorts de férias, infraestrutura urbana e rural e uma infinidade de empresas que obliteram os habitats preciosos para a vida natural. A humanidade está destruindo os solos, as nascentes de água potável, poluindo os rios, lagos e oceanos, além de usar a atmosfera como depósito de carbono da queima de combustíveis fósseis e do metano da pecuária que transformam o sistema climático da Terra, gerando o aquecimento global, as mudanças climáticas e todas as suas consequências.
O processo é tão intenso que a maioria dos cientistas, incluindo Wilson, acredita que agora entramos em uma nova época, definida não por influências naturais, mas por aquelas emanadas pelos seres humanos: o Antropoceno, que avança enquanto a natureza murcha e morre. Desta forma, a redução do tamanho da população pode contribuir para preservar a metade do Planeta e conservar a outra metade.
De fato, o livro “Empty Planet” faz um terrorismo com a possibilidade de um decrescimento da população e assume uma postura pronatalista antropocêntrica e ecocida. Os autores reforçam o mito sobre a possibilidade de um crescimento populacional e econômico ilimitado (“Growthism”). Todavia, mais crescimento tem gerado menos qualidade de vida ambiental e pode levar a um colapso ecológico.
No artigo “Two Cheers for Population Decline”, no Project Syndicate (29/01/2019), Aidar Turner critica o alarmismo do livro “Empty Planet” e diz: “Um eventual declínio gradual da população, desde que resulte da livre escolha, deve ser bem-vindo. Por outro lado, líderes autoritários e chauvinistas, como o presidente russo, Vladimir Putin, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ou o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, veem o crescimento da população como um imperativo nacional e a alta fecundidade como dever feminino. E mesmo muitos comentaristas não-chauvinistas assumem que há algo não natural ou insustentável no declínio da população, que sociedades envelhecidas devem inevitavelmente ser menos dinâmicas e que a imigração em grande escala é a resposta essencial ao declínio demográfico”.
Desta forma, o declínio da população é bem-vindo, pois apenas o decrescimento demoeconômico pode evitar os desafios do aquecimento global e da 6ª extinção em massa das espécies, preservando a metade do espaço terrestre para as forças vivas da natureza. O mundo precisa utilizar a outra metade de maneira responsável e de acordo com os princípios da conservação, da regeneração dos ecossistemas e do equilíbrio homeostático do clima.
José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br
Referências:
ALVES, JED. Preservação e conservação da natureza, Ecodebate, 20/12/2017
https://www.ecodebate.com.br/2017/12/20/preservacao-e-conservacao-da-natureza-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. ‘Half-Earth’: reservar metade da Terra para a natureza, Ecodebate, 08/06/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/06/08/half-earth-reservar-metade-da-terra-para-a-natureza-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. “Sobrecarga da Terra: superpopulação e superconsumo, Ecodebate, 01/08/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/08/01/sobrecarga-da-terra-superpopulacao-e-superconsumo-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. População, mudanças climáticas e o IPCC, Ecodebate, 01/10/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/10/01/populacao-mudancas-climaticas-e-o-ipcc-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
ALVES, JED. A humanidade já ultrapassou os limites da resiliência do Planeta, Ecodebate, 03/10/2018
https://www.ecodebate.com.br/2018/10/03/a-humanidade-ja-ultrapassou-os-limites-da-resiliencia-do-planeta-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Darrell Bricker, John Ibbitson. Empty Planet: The Shock of Global Population Decline, February 2019 https://www.amazon.com/Empty-Planet-Global-Population-Decline/dp/0771050887
WILSON, E.O. “A Biologist’s Manifesto for Preserving Life on Earth” Half-Earth Project, Dec 16, 2016 https://eowilsonfoundation.org/e-o-wilson-writes-article-for-sierra-club-magazine-on-why-we-need-the-half-earth-solution/
WILSON, E.O. Half-Earth: Our Planet’s Fight for Life
https://eowilsonfoundation.org/half-earth-our-planet-s-fight-for-life/
ADAIR TURNER. Two Cheers for Population Decline, Project Syndicate, Jan 29, 2019
https://www.project-syndicate.org/commentary/population-decline-benefits-human-welfare-by-adair-turner-2019-01
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 15/03/2019
Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 15/03/2019
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2019/03/15/planeta-vazio-ou-pronatalismo-antropocentrico-e-ecocida-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
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