quinta-feira, 12 de novembro de 2020

A descoberta de crânio de 'primo' dos humanos de 2 milhões de anos que traz novas pistas sobre evolução



CRÉDITO,LA TROBE UNIVERSITY
Legenda da foto,

O crânio de dois milhões de anos é um espécime de Paranthropus robustus


Pesquisadores australianos dizem que a descoberta de um crânio de dois milhões de anos na África do Sul lança mais luz sobre a evolução humana.


O crânio era de um Paranthropus robustus macho, uma "espécie prima" do Homo erectus — uma espécie que se pensava ser ancestral direto dos humanos modernos.


As duas espécies viveram na mesma época, mas o Paranthropus robustus deapareceu mais cedo.


A equipe de pesquisa disse que a descoberta é emocionante.


"A maior parte do registro fóssil é apenas um único dente aqui e ali, então ter algo assim é muito raro, muita sorte", disse Angeline Leece à BBC.


Os pesquisadores, da Universidade La Trobe de Melbourne, encontraram os fragmentos do crânio em 2018 no sítio arqueológico Drimolen ao norte de Johanesburgo.



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O fóssil foi encontrado na pedreira Drimolen


Os arqueólogos então passaram os últimos anos juntando peças e analisando o fóssil. Suas descobertas foram publicadas na revista Nature, Ecology and Evolution na terça-feira (10/11).


O co-pesquisador Jesse Martin disse à BBC que manusear as peças fósseis é como trabalhar com "papelão úmido", acrescentando que usou canudos de plástico para sugar os últimos vestígios de sujeira deles.


Ele foi descoberto a poucos metros de um local onde um crânio de criança Homo erectus com idade semelhante havia sido descoberto em 2015.

'Espécies concorrentes'


Acredita-se que três espécies de hominídeos (criaturas semelhantes aos humanos) viveram na África do Sul ao mesmo tempo, competindo entre si.


A descoberta do crânio seria um raro exemplo de "microevolução" dentro da linhagem humana, disse Martin.


Paranthropus robustus tinha dentes grandes e cérebros pequenos, diferindo do Homo erectus, que tinha cérebros grandes e dentes pequenos. Acredita-se que a dieta do primeiro envolveu comer principalmente plantas duras, como tubérculos e casca.



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O crânio levou mais de 300 horas para ser montado


"Com o tempo, o Paranthropus robustus provavelmente evoluiu para gerar e suportar forças superiores produzidas durante a mordida e a mastigação de alimentos que eram difíceis ou mecanicamente desafiadores de processar com suas mandíbulas e dentes", disse Leece.


Os cientistas disseram que é possível que um ambiente mais úmido causado pela mudança climática possa ter reduzido a quantidade de alimentos disponíveis para eles.


Enquanto isso, o Homo erectus, com seus dentes menores, tinha maior possibilidade de comer tanto plantas quanto carne.


"Essas duas espécies muito diferentes (...) representam experimentos evolutivos divergentes", disse Leece.


"Embora sejamos a linhagem que venceu no final, há dois milhões de anos o registro fóssil sugere que Paranthropus robustus era muito mais comum do que o Homo erectus."




Autor: BBC News
Fonte: BBC News
Sítio Online da Publicação: BBC News
Data: 10/11/20
Publicação Original: https://www.bbc.com/portuguese/geral-54887214

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