quarta-feira, 12 de março de 2025

Ancestrais humanos faziam ferramentas com ossos muito antes do que se pensava



Uma descoberta arqueológica no Desfiladeiro de Olduvai, na Tanzânia, indica que nossos ancestrais já produziam ferramentas de ossos há 1,5 milhão de anos, retrocedendo em mais de um milhão de anos a data estimada para essa prática.

A pesquisa, publicada na revista Nature nesta quarta-feira (5), sugere que hominídeos primitivos desenvolveram essa tecnologia muito antes do que se pensava, demonstrando habilidades cognitivas avançadas para a época.

Os pesquisadores encontraram 27 ferramentas feitas a partir de ossos de grandes mamíferos, como elefantes e hipopótamos. Para modelar os instrumentos, os hominídeos usavam pedras como martelos, criando peças de até 1kg, que variavam entre 20 e 40 centímetros de comprimento.

"Há um desejo claro de modificar a forma do osso para transformá-los em ferramentas muito pesadas e longas", explicou Francesco d’Errico, arqueólogo da Universidade de Bordeaux, na França, à Agência France-Presse (AFP).

Até então, acreditava-se que a produção sistemática de ferramentas de ossos só havia se estabelecido há cerca de 500 mil anos. A nova descoberta indica que a prática já existia no mesmo período em que hominídeos fabricavam instrumentos rudimentares de pedra na região. "É o mesmo grupo de hominídeos fabricando ferramentas de pedra e, ao mesmo tempo, produzindo ferramentas de osso", afirmou Jackson Njau, paleoantropólogo da Universidade de Indiana Bloomington, nos Estados Unidos, à revista Science.

Seleção de ossos
Os pesquisadores acreditam que os instrumentos eram usados para cortar carne e quebrar ossos em busca do tutano, um alimento energético. Os ossos foram escolhidos não apenas por sua disponibilidade, mas também por suas propriedades físicas.

As pernas de grandes animais eram bem moldadas para ferramentas de impacto e muito mais leves que pedras de tamanho equivalente", explicou Ignacio de la Torre, arqueólogo do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha e autor principal do estudo.


Autor: revistagalileu
Fonte: revistagalileu 
Sítio Online da Publicação: revistagalileu
Data: 05/03/2025

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