O segundo episódio da série jornalística Diário de bordo, publicado hoje (28/06) pela Agência FAPESP, mostra como foi a primeira parada em alto-mar do navio de pesquisa Marion Dufresne, que marcou o início dos trabalhos da expedição científica Amaryllis.
O ponto escolhido fica na costa da Guiana Francesa, a 186 quilômetros do continente. Lá foram coletadas, sob chuva e tempo fechado, as primeiras amostras dos sedimentos marinhos que têm aspecto de lama, com cor cinza chumbo e textura de argila. Uma lama que é preciosa para os paleoclimatólogos participantes da expedição porque é um testemunho de como foi o clima, há dezenas de milhares de anos, nas regiões onde estão estudando.
“Olhamos para os sedimentos marinhos, nas camadas que estão depositadas no Atlântico Equatorial, para reconstituir o que aconteceu no clima do passado. Com base no que aconteceu no clima do passado, em momentos em que a circulação foi mais intensa ou mais fraca, que choveu mais ou menos, em que a biodiversidade amazônica aumentou ou diminuiu, é possível entender as complexas interpelações entre o oceano, o clima e a biota”, diz Cristiano Mazur Chiessi, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP) e coordenador brasileiro da expedição.
No total, estão previstas dez paradas, em diferentes estações, das quais duas são na Guiana Francesa, três próximas da foz do rio Amazonas e outras cinco ao largo da costa do Nordeste brasileiro, sendo duas nas imediações do rio Parnaíba, na divisa entre Maranhão e Piauí.
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