segunda-feira, 19 de junho de 2023

Livro Nossas falhas de raciocínio ajuda a pensar melhor em tempos de incerteza e desinformação

A infinidade de informações disponíveis na internet frequentemente nos faz questionar sobre quais delas são confiáveis ou não. É sobre a necessidade de aprender a lidar com a abundância de fontes e de dados para entender o mundo ao nosso redor que o professor André Martins escreveu o livro Nossas falhas de raciocínio: ferramentas para pensar melhor. Com lançamento no domingo, dia 18 de junho, na Livraria Martins Fontes, em São Paulo, o texto trata sobre como dialogar de maneira produtiva com pessoas com as quais discordamos e a importância de questionarmos nossas próprias certezas e métodos de aprendizado.

Segundo o professor, assim como há ferramentas que são extensões das nossas mãos, há outras que são extensões do nosso cérebro, sem as quais nosso raciocínio é falho. Martins, que trabalha com um campo novo da ciência, conhecido como dinâmica de opiniões, conversou com o Jornal da USP a respeito desse novo lançamento.

André Martins - Foto: Gabriel Almeida/EACH

André Martins – Foto: Gabriel Almeida/EACH

Em qual área do conhecimento se encaixa o livro Nossas falhas de raciocínio?

Eu chamo pré-metodologia. Ele explica por que precisamos da metodologia e quais são as ferramentas básicas dela, sem realmente ensinar a usá-las. Isso os livros de metodologia fazem. É uma conversa sobre onde o nosso raciocínio falha e por que acreditamos em coisas independente de haver evidências ou acreditando mais do que as evidências dizem que poderíamos. Embora seja competente para outras coisas, o nosso raciocínio falha quando vamos falar de ciência. O livro é sobre as falhas e as ferramentas necessárias para corrigir essas falhas. 

Há um crescimento da preocupação dos professores com a falta do raciocínio lógico nos alunos dos cursos de graduação?

Por milhares de anos nós discutimos como melhor argumentar. Talvez exista hoje mais gente sem uma formação sólida tendo acesso à informação. Antigamente, quem tinha acesso à informação tinha também formação lógica. Nós democratizamos o acesso, mas sem dar uma formação sólida. Dessa forma, uma pessoa pode achar que um palpite valha tanto quanto uma opinião muito bem estruturada de especialista, o que não é verdade. Se uma pessoa tem acesso aos fatos, sabe usar os métodos de pesquisa e a outra não, a primeira tem uma informação de muito melhor qualidade. Enquanto é excelente que as pessoas tenham cada vez mais acesso à informação, elas ainda não têm o treinamento sobre como usar esse conhecimento.



Autor: Ivan Conterno

 

Fonte: jornal da USP 

Sítio Online da Publicação: jornal da USP

Data: 15/06/2023

Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/livro-nossas-falhas-de-raciocinio-ajuda-a-pensar-melhor-em-tempos-de-incerteza-e-desinformacao/

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