terça-feira, 20 de junho de 2023

Fiocruz participa de sessão solene no Senado sobre imunização

quantidade de vacinas que oferece, mas pelo seu coorte, que abrange crianças, adolescentes, adultos e idosos. Segundo Moreira, um dos mais extensos do mundo. Ele reforçou que a Fiocruz está comprometida com esse esforço nacional de reconquista das taxas de alta cobertura vacinal e lembrou que o país tem sido convocado para conseguir promover um acesso mais igualitário às vacinas no mundo. “A vacina é um produto da ciência e um bem público, que precisa ser acessada por todas as populações em qualquer lugar do planeta”, declarou. 

O médico sanitarista Gonzalo Vecina, também presente na sessão, defendeu a produção de itens essenciais para suprir a demanda de oferta de imunizantes para os mais de 200 milhões de brasileiros. “Além da capacidade de pesquisa, a capacidade de produção é fundamental. Daí a importância da Fiocruz e do Butantan. Para isso, dependemos não só de políticas públicas emanadas do executivo, como também do olhar do legislativo”, disse. Para ele, a queda da vacinação contra doenças não só ocorreu pela falta de campanhas, mas pelas vacinas que o país deixou de produzir, a exemplo da BCG.  

Vecina lembrou do início das campanhas de vacinação, em 1973, anos de chumbo da ditadura de 1964, e dos esforços do Ministério da Saúde e dos sanitaristas da época. “É dessa vontade de criar um sistema de saúde que realmente traga um diferencial para o nosso povo que essa campanha nasceu. Temos que lembrar dessa luta para o SUS que estamos construindo, que diminua a desigualdade social e melhore as condições de vida para todos nós”, finalizou.  

A Secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, apresentou o esforço realizado para que a vacina chegue para todos os moradores, incluindo os locais mais remotos. Além das 130 salas de vacina distribuídas pelo DF, a Secretaria faz a busca ativa, com idas a feiras, zoológicos, praças, campos de futebol e carro da vacina. Mais de 1,3 milhão de pessoas já foram vacinadas no DF este ano, segundo a secretária de Saúde. “A existência de vacina não é garantia, é preciso que as pessoas sejam imunizadas. Não podemos permitir que doenças erradicadas voltem ao nosso território”, afirmou.  

A origem do Zé Gotinha 

“O que seria de nós hoje se a ciência não tivesse criado as vacinas? Só em um ano a vacina evitou a morte de 20 milhões de pessoas no mundo. Imagina se a ciência não tivesse agido com a presteza e rapidez que foi inédita na nossa história. Precisamos estar todos unidos em defesa da ciência. A vacinação é um ato coletivo, eu me vacino pela sociedade, é uma responsabilidade social e reduz a propagação das doenças. A ciência é a salvação da sociedade”, afirmou o senador Marcelo Castro (MDB-PI), médico e ex-ministro da Saúde.  

Ele destacou ainda a importância do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde. O PNI completa 50 anos em setembro deste ano e é responsável pela distribuição de mais de 300 milhões de doses anuais de vacinas (todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde, soros e imunoglobulinas aos estados e municípios brasileiros.  

O Zé Gotinha é o garoto propaganda do PNI. Presente em diversos espaços, incluindo a sessão solene no Senado, seja em forma de pin nas roupas das autoridades, ou em tamanho real, ele faz sucesso por onde passa e também foi destacado pela ministra da Saúde, Nísia Trindade.  

O personagem virou símbolo da vacinação e foi criado no fim dos anos 1980, depois da resistência da população à vacina contra a poliomielite. O objetivo da primeira campanha era diminuir o medo das crianças em relação aos imunizantes, geralmente associados a seringas. O mascote caiu no gosto popular e é reconhecido até hoje por diferentes gerações.  





Autor: Nathállia Gameiro (Fiocruz Brasília) 
Fonte: Fiocruz 
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 20/06/2023

Nenhum comentário:

Postar um comentário