A partir da esq., Marcelo Turine, Marcelo Morales, Márcio Miranda e Ildeu de Castro durante o anúncio dos resultados da Pesquisa de Percepção Pública da C&T no Brasil, na UFMS (Foto: Débora Motta)
O que os brasileiros pensam sobre o trabalho dos cientistas? Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), junto ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), revela a percepção da sociedade em relação à importância dos profissionais da Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) no País. A divulgação dos resultados da quinta edição da Pesquisa de Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil ocorreu na tarde desta segunda-feira, dia 22 de julho, durante a 71ª Reunião Anual da SBPC, que acontece em Campo Grande, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), até o dia 27 deste mês.
O levantamento tem como objetivos conhecer a visão da população brasileira e identificar seu interesse e grau de informação sobre C,T&I. “Essa pesquisa apresenta dados importantes sobre aquilo que os brasileiros pensam que nós, cientistas, fazemos. Por meio das informações obtidas pelo estudo, é possível nortear as tomadas de decisão em políticas públicas dos gestores da área e da Educação, além de aprimorar ações de popularização científica”, destacou o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira.
No decorrer deste ano de 2019, um questionário foi aplicado em todas as regiões do País, somando 2.200 entrevistados entre 16 e 75 anos. A quinta edição desta pesquisa é a primeira da série histórica a medir o nível de familiaridade dos entrevistados com fatos elementares de ciência. A iniciativa foi realizada pela primeira vez em 1987 e refeita em 2006, 2010, 2015 e, agora, em 2019.
Ciência para poucos: 90% não souberam citar nomes de pesquisadores ou instituições
Os resultados da pesquisa apontam um alto grau de confiança da população em geral em relação ao trabalho dos cientistas. De acordo com o levantamento, os cientistas são os profissionais com maior credibilidade, logo depois dos médicos. Eles são vistos como pessoas inteligentes, que fazem coisas úteis à humanidade. Noventa por cento dos entrevistados acreditam que o governo deve manter ou ampliar os investimentos em pesquisa científica e, ainda, 73% declararam acreditar que a Ciência e a Tecnologia trazem mais benefícios que malefícios à sociedade, reconhecendo seu papel relevante para o desenvolvimento sustentável do País.
Apesar da visão positiva da sociedade em relação ao setor, a pesquisa demonstrou o gargalo que existe em relação à divulgação e popularização da ciência. Menos da metade dos brasileiros entrevistados participa de atividades culturais relacionadas à C&T nos estados em que vivem. Os locais mais visitados foram jardim botânico, parques ambientais e bibliotecas ou feiras de ciência. Planetários, olimpíadas científicas e museus de Ciência e Tecnologia foram os locais menos visitados. A maior parte dos entrevistados (34%) atribuiu este fato à inexistência de museus na região onde residem.
Um dado preocupante da pesquisa foi que 90% dos entrevistados não se lembraram ou souberam citar o nome de um cientista brasileiro, e 88% não se lembraram ou souberam citar o nome de uma instituição científica ou tecnológica. Nem mesmo as universidades foram citadas. Muitos responderam desconhecer o papel dos antibióticos no tratamento das doenças, por exemplo.
O presidente do CGEE, Marcio Miranda, ressaltou a importância da realização da pesquisa para o fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. “É extremamente importante que nós consigamos manter a dinâmica da realização dessa série histórica, realizando a pesquisa com regularidade, para obtermos um perfil da evolução da percepção da sociedade sobre o tema”, ponderou. “A grande contribuição da pesquisa é mostrar que a sociedade brasileira, mesmo considerando aqueles com menor escolaridade, dá uma grande importância à Ciência e a Tecnologia. Ela reafirma a visão da sociedade de que falta dinheiro e que há necessidade de mais investimentos para a C,T&I. A pesquisa pode ajudar a influenciar nosso Legislativo a dar um apoio maior ao setor”, disse. Também participaram da mesa de anúncio dos resultados da pesquisa o reitor da UFMS, Marcelo Turine, e o Secretário de Politicas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Marcelo Morales, professor e pesquisador do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ.
Os dados da pesquisa em breve serão disponibilizados na Internet, pelo site (ainda em construção): http://www.cge.org.br/percepcao
Autor: Débora Motta
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 25/07/2019
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=3801.2.8
O que os brasileiros pensam sobre o trabalho dos cientistas? Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), junto ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), revela a percepção da sociedade em relação à importância dos profissionais da Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) no País. A divulgação dos resultados da quinta edição da Pesquisa de Percepção Pública da Ciência e Tecnologia no Brasil ocorreu na tarde desta segunda-feira, dia 22 de julho, durante a 71ª Reunião Anual da SBPC, que acontece em Campo Grande, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), até o dia 27 deste mês.
O levantamento tem como objetivos conhecer a visão da população brasileira e identificar seu interesse e grau de informação sobre C,T&I. “Essa pesquisa apresenta dados importantes sobre aquilo que os brasileiros pensam que nós, cientistas, fazemos. Por meio das informações obtidas pelo estudo, é possível nortear as tomadas de decisão em políticas públicas dos gestores da área e da Educação, além de aprimorar ações de popularização científica”, destacou o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira.
No decorrer deste ano de 2019, um questionário foi aplicado em todas as regiões do País, somando 2.200 entrevistados entre 16 e 75 anos. A quinta edição desta pesquisa é a primeira da série histórica a medir o nível de familiaridade dos entrevistados com fatos elementares de ciência. A iniciativa foi realizada pela primeira vez em 1987 e refeita em 2006, 2010, 2015 e, agora, em 2019.
Ciência para poucos: 90% não souberam citar nomes de pesquisadores ou instituições
Os resultados da pesquisa apontam um alto grau de confiança da população em geral em relação ao trabalho dos cientistas. De acordo com o levantamento, os cientistas são os profissionais com maior credibilidade, logo depois dos médicos. Eles são vistos como pessoas inteligentes, que fazem coisas úteis à humanidade. Noventa por cento dos entrevistados acreditam que o governo deve manter ou ampliar os investimentos em pesquisa científica e, ainda, 73% declararam acreditar que a Ciência e a Tecnologia trazem mais benefícios que malefícios à sociedade, reconhecendo seu papel relevante para o desenvolvimento sustentável do País.
Apesar da visão positiva da sociedade em relação ao setor, a pesquisa demonstrou o gargalo que existe em relação à divulgação e popularização da ciência. Menos da metade dos brasileiros entrevistados participa de atividades culturais relacionadas à C&T nos estados em que vivem. Os locais mais visitados foram jardim botânico, parques ambientais e bibliotecas ou feiras de ciência. Planetários, olimpíadas científicas e museus de Ciência e Tecnologia foram os locais menos visitados. A maior parte dos entrevistados (34%) atribuiu este fato à inexistência de museus na região onde residem.
Um dado preocupante da pesquisa foi que 90% dos entrevistados não se lembraram ou souberam citar o nome de um cientista brasileiro, e 88% não se lembraram ou souberam citar o nome de uma instituição científica ou tecnológica. Nem mesmo as universidades foram citadas. Muitos responderam desconhecer o papel dos antibióticos no tratamento das doenças, por exemplo.
O presidente do CGEE, Marcio Miranda, ressaltou a importância da realização da pesquisa para o fortalecimento do Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. “É extremamente importante que nós consigamos manter a dinâmica da realização dessa série histórica, realizando a pesquisa com regularidade, para obtermos um perfil da evolução da percepção da sociedade sobre o tema”, ponderou. “A grande contribuição da pesquisa é mostrar que a sociedade brasileira, mesmo considerando aqueles com menor escolaridade, dá uma grande importância à Ciência e a Tecnologia. Ela reafirma a visão da sociedade de que falta dinheiro e que há necessidade de mais investimentos para a C,T&I. A pesquisa pode ajudar a influenciar nosso Legislativo a dar um apoio maior ao setor”, disse. Também participaram da mesa de anúncio dos resultados da pesquisa o reitor da UFMS, Marcelo Turine, e o Secretário de Politicas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Marcelo Morales, professor e pesquisador do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ.
Os dados da pesquisa em breve serão disponibilizados na Internet, pelo site (ainda em construção): http://www.cge.org.br/percepcao
Autor: Débora Motta
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 25/07/2019
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=3801.2.8
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