CBMI 2022: Controle do foco na sepse e no choque séptico
Ainda pouco estudado, o controle de foco é essencial para não aumentar os danos ao paciente no atendimento da terapia intensiva.
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Manejo da sepse em 2022
A discussão começou elencando três grandes pilares do manejo da sepse no momento atual: terapia antibiótica (envolve terapia apropriada, administração no timing correto, programas de stewardship de antimicrobianos); medidas de suporte (ressuscitação, monitorização, corticoterapia, remoção de toxinas, suporte orgânico); e controle do foco. Esse último é pouco estudado, difícil de mensurar e frequentemente recebe pouca ênfase de imediato.
O que é controle do foco?
Emprego de todas as medidas físicas necessárias para eliminar uma fonte de infecção, controle de contaminação em curso e restauração da anatomia e funcionalidade prévias à patologia aguda.
Geralmente, compreende drenagem, desbridamento de tecidos, descompressão de cavidades e, em alguns casos, reparo definitivo de lesões.
5 verdades sobre o controle do foco na sepse
Controle do foco é essencial
Pense fora da caixa (abdominal)
Trate de forma emergencial na maioria dos pacientes. Não retarde.
Primeiro, não cause dano.
Fique atento aos cenários de falência ao controle do foco.
O controle do foco é ainda peça importante para a limitação do uso de antibióticos. Em pacientes sem controle adequado do foco, é possível encontrarmos maior período de terapia antibiótica, alterações da flora intestinal, infecções resistentes, peritonite terciária persistente e por conseguinte recuperação inadequada do quadro clínico.
Rapidez no atendimento
De acordo com as recomendações de 2017 da Surgical Infection Society, o controle do foco deve ser utilizado para remoção de fluidos e tecidos infectados e para prevenção de contaminação em curso. Deve ocorrer dentro de 24 horas e de forma mais urgente ainda nos cenários de sepse e choque séptico. Recomendação similar é feita pela última atualização do Surviving Sepsis Campaign (2021).
Quando decidir por drenagem percutânea de um foco ou cirurgia aberta?
De acordo com o prof. Jan de Waele, o seguinte raciocínio pode ser utilizado. Elegível para drenagem percutânea? Considere localização, extensão, necrose associada, presença de perfuração e status do paciente. Se possível, considere drenagem.
Em casos de múltiplas lojas de abscessos ou coleções loculadas, abscessos interalças, fístula entérica ou conteúdos espessos, a cirurgia aberta deve ser considerada. O controle do foco é uma importante ferramenta. O timing adequado da abordagem é fundamental para o sucesso clínico.
Autor: Filipe Amado
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 16/11/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/cbmi-2022-controle-do-foco-na-sepse-e-no-choque-septico/
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