Gilberto Ururahuy: diretor médico da Med-Rio, empresa que realiza check-ups desde 1990 — Foto: Mariza Tavares
Nos Estados Unidos, as doenças crônicas respondem por 75% dos 2.2 trilhões de dólares (quase 9 trilhões de reais) gastos em saúde pública. O impacto na economia está estimado em 1.3 trilhão de dólares (R$ 5.5 trilhões), com expectativa de chegar a 6 trilhões (R$ 24 tri) em 2050. No Brasil, as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por 72% das mortes. “Você pode trabalhar e corrigir uma predisposição, porque sabemos que o estilo de vida representa 73% dos fatores que vão garantir a longevidade. Acompanhei pacientes que mudaram totalmente seus hábitos, enquanto outros apenas guardavam os exames. Os resultados do ano seguinte, claro, eram desfavoráveis. Se nada é feito, o cenário metabólico só piora enquanto o risco para AVC, infarto e câncer aumenta”, afirma.
Ele faz uma reflexão sobre o país: “o esforço do governo deveria ser voltado para a prevenção desde a infância. Isso começa com investimento em saneamento e saúde da família. A população consome carboidratos em excesso, desconhece os males dos alimentos ultraprocessados e os rótulos não alertam para a composição dos produtos. Temos que repensar a merenda das escolas e incentivar a atividade física, criando mais ciclovias, áreas de lazer e piscinas públicas. Esse é o tipo de investimento que faria o país economizar bilhões”. Executivos realizam check-ups porque as empresas sabem que aqueles indivíduos são estratégicos – cuidar do seu bem-estar é fundamental porque substitui-los sai caro e nem sempre traz bons resultados. O país também deveria pensar dessa forma em relação a seus cidadãos.
Autor: Mariza Tavares
Fonte: G1 Saúde
Sítio Online da Publicação: G1 Saúde
Data: 14/05/2019
Publicação Original: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2019/05/14/pais-tem-que-focar-na-prevencao-ou-vai-quebrar-diz-medico.ghtml
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