A prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em pacientes asmáticos é maior que na população em geral. O mecanismo fisiopatológico envolve diversas vias, sendo as mais importantes:
Inflamação, promovendo disfunção endotelial e hiperplasia da musculatura lisa;
Aumento da angiotensina, um potente vasoconstrictor;
Efeito colateral do tratamento, como retenção hidrossalina do uso de corticoides.
Há, inclusive, relação entre a gravidade da asma, medida pelo VEF1, e o risco de hipertensão. Um artigo de revisão recente da New England Journal of Medicine (NEJM) trouxe dicas para seu dia-a-dia.
Hipertensão e asma: como afeta sua prática?
No tratamento da hipertensão:
Evite betabloqueadores: em pacientes estáveis, com asma controlada, e sem broncoespasmos recente, você até pode começar um beta-seletivo, mas como regra geral, o ideal é evitar, até porque os betabloqueadores não são drogas de primeira linha no tratamento da hipertensão;
Evite iECA: Estão associados com tosse e um risco pequeno, porém real, de agravar o broncoespasmo. A preferência para inibir o sistema renina são os BRA, considerados seguros;
Atenção à hipocalemia dos tiazídicos, pois pode ser potencializado pelos beta-agonistas inalatórios;
Os bloqueadores dos canais de cálcio estão liberados, e têm até benefício teórico de relaxamento da musculatura lisa.
No tratamento da asma:
Corticoide e beta-agonistas de curta ação aumentam o risco de hipertensão e efeitos colaterais cardiovasculares. Na asma refratária, considere mais precocemente uma terapia biológica.
Autor: Ronaldo Gismondi
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 27/09/2019
Publicação Original: https://pebmed.com.br/como-tratar-hipertensao-em-pacientes-asmaticos/
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