alimentos.
Muitos óleos essenciais, além de suas propriedades antimicrobianas, também são potentes antioxidantes. Isso significa que eles possuem compostos bioativos que não só ajudam a conservar o alimento, mas também podem retardar a oxidação de lipídeos e outros componentes sensíveis à oxidação, melhorando a qualidade nutricional e a validade comercial do alimento. Os testes foram realizados principalmente em carnes in natura e produtos cárneos, pois esses alimentos são altamente perecíveis e propensos à contaminação microbiana. Além disso, a equipe também realizou testes em peixes como salmão e tilápia, além da truta.
Segundo o pesquisador, a mistura de óleos essenciais é uma alternativa promissora aos conservantes químicos, podendo ser usada em conjunto com outras tecnologias, como embalagens de alimentos que consigam liberar esses óleos de forma gradual. Na indústria, isso pode contribuir significativamente para a segurança alimentar e redução de riscos à saúde pública, além de se tratar de uma tecnologia natural e sustentável.
Bruno Dutra da Silva (à esq.): o pós-doutorando faz parte da Rede de Nanotecnologia da FAPERJ e integra a equipe de Carlos Adam Conte Jr., professor do Departamento de Bioquímica da UFRJ e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ
“A indústria alimentícia está cada vez mais interessada em alternativas naturais aos conservantes tradicionais devido à crescente demanda dos consumidores por produtos mais saudáveis e menos processados. Além disso, a eficácia dos conservantes naturais, aliada à nanotecnologia, oferece uma solução viável e inovadora para aumentar a validade comercial dos alimentos sem comprometer a segurança ou a qualidade”, garante Conte.
Para viabilizar o uso da tecnologia em escala comercial é necessário otimizar os processos de extração e encapsulação dos óleos essenciais, bem como garantir a sua estabilidade e eficácia em diferentes matrizes alimentares e condições de processamento, explica o pesquisador. Além disso, ele considera crucial realizar estudos de toxicidade e segurança, obter aprovações regulatórias e desenvolver tecnologias de produção que sejam economicamente viáveis.
Os próximos passos da pesquisa devem ampliar os estudos para diferentes tipos de alimentos, otimizar as formulações de nanopartículas para maximizar a eficácia dos conservantes naturais e realizar ensaios de longo prazo para avaliar a estabilidade dos produtos. Recentemente, a equipe solicitou patente da tecnologia junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e pretende trabalhar em colaboração com a indústria para desenvolver aplicações práticas e comercialmente viáveis desses conservantes naturais.
Autor: Paula Guatimosim
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 22/08/2024
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=614.7.0
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