Ynaê ressalta que apesar de poucos homens negros terem conseguido conquistar espaço em meio à intelectualidade brasileira entre fins do século XIX e os primeiros anos do século XX, é fundamental pontuar que Querino teve pares em outras localidades nas Américas. Nesse cenário destaca-se W.E.B Du Bois, um dos intelectuais negros mais conhecidos e influentes de seu tempo. Autor de inúmeras obras que analisaram a questão racial nas Américas, Du Bois foi também um importante ativista contra o racismo e na luta antissegregacionista nos Estados Unidos, tendo sido o responsável pela criação do National Association for the Advancement of Colored People (NAACP) e um dos principais articuladores do movimento Pan-Africanista no mundo. Já a obra de Lino Dou, cubano nascido em Santiago de Cuba em 1871, teve um papel importante na independência cubana (1898) e na luta contra o racismo que marcou as primeiras décadas da experiência republicana de Cuba no começo do século XIX.
A maternidade e a mudança de planos
O que Ynaê não previa em meio a sua pesquisa, que coincidiu com a entrada como docente na Universidade Federal Fluminense (UFF), em 2019, era engravidar do segundo filho (ela tem um casal de 5 e 7 anos) e, após seu nascimento, enfrentar as restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Como o seu estudo previa trabalho em campo, incluindo as viagens internacionais aos EUA e Cuba, Ynaê precisou, assim como outros tantos pesquisadores, mudar sua proposta. Optou por estudar mais intensamente as trajetórias de Lino Dou e Manuel Querino, dialogando com a robusta produção já existente sobre o sociólogo Du Bois, o primeiro homem negro a receber um Ph.D. da Universidade Harvard, autor de mais de 20 livros em defesa da justiça social.
Autor: Paula Guatimosim
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 08/08/2024
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=598.7.6
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