CRUSP. Foto: USP
O ASSASSINATO ARQUITETÔNICO DO CRUSP
Geol. Álvaro Rodrigues dos Santos (santosalvaro@uol.com.br)
Morador do CRUSP do final de 1964 a 1968 – apto 602 E
1 – Introdução
O CRUSP – Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo situa-se no Campus da
Cidade Universitária, Bairro do Butantã, na capital paulista.
Representou, desde sua concepção arquitetônica original, a mais ousada e inspirada experiência de oferecimento de moradia a estudantes que dela necessitasse por sua condição econômica e social e por seu distanciamento de sua cidade de origem.
Abrigando cerca de 2000 estudantes em seus diversos blocos o CRUSP propiciou, em especial durante seu período inicial, entre 1963 e 17 de dezembro de 1968, data da invasão militar que culminou na triste e definitiva diáspora dos cruspianos, uma pioneira, única e riquíssima experiência existencial a seus moradores e frequentadores.
Estudantes dos mais diversos cursos universitários, dos mais diversos locais de origem (no país e no exterior), das mais diversas visões de mundo, valores individuais e culturas familiares, expressando o verdadeiro espírito “universitário”, integraram-se fraternalmente conformando uma nova cultura de vivência coletiva, criando hábitos, costumes, inovando permanentemente em formas de rica coexistência, superando dificuldades e carências logísticas e materiais, tendo como fator unificador a percepção do CRUSP como seu novo lar e o espírito de apoio mútuo, de profundo sentido comunitário, como elemento comum em suas inter-relações.
O CRUSP em sua fase inicial, 63-68, marcou profundamente a vida pessoal e profissional de seus moradores e frequentadores. Mesmo entre aqueles que hoje optam por diferentes opiniões sobre os mais diversos assuntos, há algo maior que os une, e esse algo maior foi a maravilhosa experiência existencial vivida enquanto cruspianos. Do ponto de vista profissional o fato dessa vivência ter proporcionado a proximidade de uma enorme diversidade de especializações, juntando em um mesmo convívio estudantes de engenharia, direito, geologia, geografia, história, ciências humanas, economia, arquitetura, biologia, medicina, odontologia, etc., revelou em uma rica prática os incríveis ganhos trazidos por uma visão interdisciplinar das questões profissionais colocadas a cada um no exercício de suas carreiras.
Bem, toda essa riqueza existencial foi em grande parte induzida pela concepção arquitetônica original do CRUSP, marcada pela amplidão dos espaços, pela profusão de espaços de convivência, pelo desenho dos apartamentos; enfim, pelo sentido de
amplidão/liberdade e vida colaborativa a que o projeto original se propôs.
** Para ler ou fazer o download do artigo na íntegra, no formato PDF, clique no link 191127_O ASSASSINATO ARQUITETÔNICO DO CRUSP (1)
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 27/11/2019
Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 27/11/2019
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2019/11/27/o-assassinato-arquitetonico-do-crusp-artigo-de-alvaro-rodrigues-dos-santos/
O ASSASSINATO ARQUITETÔNICO DO CRUSP
Geol. Álvaro Rodrigues dos Santos (santosalvaro@uol.com.br)
Morador do CRUSP do final de 1964 a 1968 – apto 602 E
1 – Introdução
O CRUSP – Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo situa-se no Campus da
Cidade Universitária, Bairro do Butantã, na capital paulista.
Representou, desde sua concepção arquitetônica original, a mais ousada e inspirada experiência de oferecimento de moradia a estudantes que dela necessitasse por sua condição econômica e social e por seu distanciamento de sua cidade de origem.
Abrigando cerca de 2000 estudantes em seus diversos blocos o CRUSP propiciou, em especial durante seu período inicial, entre 1963 e 17 de dezembro de 1968, data da invasão militar que culminou na triste e definitiva diáspora dos cruspianos, uma pioneira, única e riquíssima experiência existencial a seus moradores e frequentadores.
Estudantes dos mais diversos cursos universitários, dos mais diversos locais de origem (no país e no exterior), das mais diversas visões de mundo, valores individuais e culturas familiares, expressando o verdadeiro espírito “universitário”, integraram-se fraternalmente conformando uma nova cultura de vivência coletiva, criando hábitos, costumes, inovando permanentemente em formas de rica coexistência, superando dificuldades e carências logísticas e materiais, tendo como fator unificador a percepção do CRUSP como seu novo lar e o espírito de apoio mútuo, de profundo sentido comunitário, como elemento comum em suas inter-relações.
O CRUSP em sua fase inicial, 63-68, marcou profundamente a vida pessoal e profissional de seus moradores e frequentadores. Mesmo entre aqueles que hoje optam por diferentes opiniões sobre os mais diversos assuntos, há algo maior que os une, e esse algo maior foi a maravilhosa experiência existencial vivida enquanto cruspianos. Do ponto de vista profissional o fato dessa vivência ter proporcionado a proximidade de uma enorme diversidade de especializações, juntando em um mesmo convívio estudantes de engenharia, direito, geologia, geografia, história, ciências humanas, economia, arquitetura, biologia, medicina, odontologia, etc., revelou em uma rica prática os incríveis ganhos trazidos por uma visão interdisciplinar das questões profissionais colocadas a cada um no exercício de suas carreiras.
Bem, toda essa riqueza existencial foi em grande parte induzida pela concepção arquitetônica original do CRUSP, marcada pela amplidão dos espaços, pela profusão de espaços de convivência, pelo desenho dos apartamentos; enfim, pelo sentido de
amplidão/liberdade e vida colaborativa a que o projeto original se propôs.
** Para ler ou fazer o download do artigo na íntegra, no formato PDF, clique no link 191127_O ASSASSINATO ARQUITETÔNICO DO CRUSP (1)
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 27/11/2019
Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 27/11/2019
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2019/11/27/o-assassinato-arquitetonico-do-crusp-artigo-de-alvaro-rodrigues-dos-santos/
Nenhum comentário:
Postar um comentário