sexta-feira, 23 de março de 2018

Metodologia de problematização como processo avaliativo em um curso profissionalizante na área da saúde

Os modelos de ensino praticados na área da saúde sempre seguiram um limiar educacional baseado em adequações à sociedade contemporânea, e conforme Carneiro e colaboradores (2017), por vezes, perderam a integralidade ao especializar o conhecimento e, ao mesmo, passo a equidade tornou-se subjugada por métodos de avaliação não efetivos baseados em notas.


E, conforme Santos (2016), atualmente, há uma demanda principalmente internacional, alavancada por pesquisadores norte-americanos, de qualificação e uniformidade do trabalho em saúde que busca uma relevância ética e moral à prática do ensino em saúde. Nas últimas décadas, de acordo com Cunha et al. (2016), inúmeras reflexões seguiram os processos de mudança e conscientização sobre novos modelos de ensino, baseados principalmente na problematização de experiências e possibilidades de desenvolvimento e aperfeiçoamento das habilidades e competências necessárias aos futuros profissionais. Para tanto, uma das dificuldades encontradas no contexto de ensino em saúde é a necessidade de avaliar o aluno, já que as metodologias problematizadoras não são frequentemente utilizadas (RIBEIRO et al., 2016).


Tal afirmativa, de acordo com Costa e Cotta (2016) sustenta-se na individualidade de cada ser humano, que por sua vez, instiga a diferentes pensamentos, compreensões e atitudes perante determinada situação que afloram incessantemente em discussões baseadas nas dinâmicas de problematização sobre saúde. Por si só, a área das ciências da saúde diferencia-se das demais por representar modelos de intervenções e resoluções de problemas baseados nas compreensões do próprio indivíduo, ao passo que sua bagagem de conhecimento empírico e científico influencia diretamente na tomada de decisão (ZIMMERMANN et al., 2016).


Partindo desse pressuposto, os processos avaliativos possuem uma tendência a serem inovadores, conforme Polizeli e colaboradores (2017), não refletem teorias vigentes, pois as mesmas não conseguem incorporar um modelo de avaliação justo e integral ao estudante. Em consonância, Rocha, Warling e Toassi (2016) destacam que a partir disso, compunha-se, um cenário de intervenção criativa, abordando a necessidade de incorporação de modelos técnicos científicos e rupturas às tradicionais avaliações em saúde.


Esse texto assume caráter reflexivo, tendo como objetivo analisar a metodologia de problematização como processo avaliativo de estudantes na área da saúde. Tal reflexão justifica-se por meio da necessidade de qualificação da formação do profissional da saúde, levando em consideração as suas próprias compreensões e bagagem de conhecimento adquiridos durante a trajetória pessoal e profissional problematizadas em sala de aula.


Estruturando assim uma avaliação em que o estudante participe ativamente do processo e o professor compreenda suas individualidades e potencialidades para a aprendizagem do conteúdo.



Autor: Luís Felipe Pissaia, Marli Teresinha Quartieri, Nélia Maria Pontes Amado, Susana Paula Graça Carreira, Márcia Jussara Hepp Rehfeldt, Márcia Jussara Hepp Rehfeldt


Fonte: Revista Sustinere
Sítio Online da Publicação: Revista Sustinere
Data de Publicação: 07/12/2017
Publicação Original: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/sustinere/article/view/30285/23176

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