segunda-feira, 26 de março de 2018

Dengue e saúde pública na cidade do Rio de Janeiro, Brasil

O conceito de saneamento básico é muito amplo, abrange diversos elementos e está totalmente interligado com a manutenção da saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2017), este termo “refere-se à manutenção das condições de higiene através de serviços como a coleta e lixo e eliminação de águas residuais”, ou seja, corresponde a um correto transporte, tratamento e despejo da água, aos serviços básicos que garantem a infraestrutura e limpeza do ambiente, ao controle e combate de doenças. Este significado era desconhecido décadas atrás e tampouco utilizado e presume-se que atualmente ainda haja falta destes recursos na sociedade, sendo capazes de interferir na qualidade de vida dos cidadãos e no meio ambiente (REIS, 2016). 

Abordagem histórica da infraestrutura da Cidade Apesar de ser algo imprescindível na vida da população, o saneamento nem sempre esteve presente na cidade do Rio de Janeiro. No século XVIII para XIX, o transporte de água e esgoto era realizado por escravos, sem nenhum tipo de tratamento ou infra-estrutura e postos de saúde pública eram inexistentes, ou seja, não havia preocupação com a saúde. Esta questão sanitária ganhou destaque devido aos problemas causados pela sua ausência tais como as epidemias de cólera e febre amarela (MARQUES, 1995; MIRANDA et al., 2013). 

O ato de sanear, porém, ganhou força no século XX, a partir de melhorias e investimentos através da reforma urbana e da revolta da vacina, ocorrentes durante governo de Rodrigues Alves e a prefeitura de Pereira Passos cujas prioridades estavam relacionadas à modernização e ao saneamento (MIRANDA et al., 2013). Neste período, foram realizadas uma série de mudanças para promover a melhoria da cidade, entre elas o conhecido “Bota abaixo”, que visava a limpeza e abertura de avenidas através da demolição de cortiços. 

Quanto às epidemias ainda existentes e o seu combate, estas ficaram sob a responsabilidade de Oswaldo Cruz, que implementou medidas de higiene e a criação da lei da vacinação obrigatória em 1904, resultando na revolta da população, mas também em um grande avanço na manutenção da saúde (PÔRTO e PONTE, 2003). Além disso, em 1916, surgiram os primeiros Postos de Higiene e Profilaxia Rural (PHPR) no Rio de Janeiro que visavam combater diversas enfermidades como malária e doença de Chagas. 

Em 1923, com a Reforma Carlos Chagas, houve a criação do Departamento de Saúde Pública (DSP) que permitiu um combate as endemias rurais e urbanas e um saneamento e higiene destas regiões (CAMPOS et al., 2016).


Autor: Bruna Sarpa Miceli, Andresa Borges de Araujo Fonseca
Fonte: Revista SUSTINERE
Sítio Online da Publicação: Revista SUSTINERE
Data de Publicação: 21/12/2017
Publicação Original: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/sustinere/article/view/31428/23159

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