A palavra “trabalho” é tão antiga quanto a própria história humana, uma vez que seus primeiros relatos aparecem nos textos bíblicos e é definida como forma de punição ao homem devido ao pecado (GÊNESIS, 3-19).
Ao longo de sua história a concepção de trabalho está associada a fardo, uma vez que o conceito atribuído é de que existe uma troca do seu esforço físico e mental por uma recompensa econômica conhecida como salário (MASSON et al., 2015).
No entanto, vários pensadores já criaram uma série de teorias para descrever o comportamento humano frente aos seus anseios, dentre as quais podemos destacar a teoria da equidade (Homans, Adams), a teoria das necessidades (Maslow, McClelland, Alderfer), a teoria dos dois fatores (Herzberg, Mausner, Snyderman), a teoria do reforço (Skinner, Connellan), a teoria das expectativas ou instrumentalidade (Vroom), a teoria dos objetivos (Locke, Bryan), para mencionar apenas as mais influentes.
Dentre todas as teorias apresentadas, a teoria das necessidades de Maslow ainda hoje é uma das teorias sobre motivação mais conhecidas, embora seja atualmente questionada em termos de sua validade, pelo fato de estar apoiada em evidências muito restritas de pesquisas realizadas sem experimentação (BERGAMINI, 1997; ROBBINS, 2002). Sua grande contribuição deve-se, principalmente, à lógica intuitiva da teoria e à sua facilidade de compreensão (ROBBINS, 2002).
Porém, há uma discussão entre Robbins que a considera como lógica intuitiva e Sampaio (2009) que trata como equivocada a interpretação da teoria de Maslow, por simplificar em demasia os conceitos de sua teoria das necessidades. Na verdade, a lógica da “hierarquia das necessidades", buscava demonstrar que o bem estar humano físico e psíquico depende do atendimento em uma ordem lógica das principais necessidades humanas, sendo divididas em fisiológicas, de segurança, sociais, de estima e de auto- realização que mostrava que o ser humano dependia de algo mais que simplesmente do trabalho e que, além disso, não se buscava no trabalho apenas recompensa econômica.
De acordo com Sampaio (2009), em diversas conferências realizadas pelo próprio Maslow destacava que as pessoas possuem diferentes necessidades de motivação.
Na verdade, a complexidade do tema motivação é descrita tanto por Vries (1993) que diz que apesar de ser um dos temas mais abordados, é sem dúvidas um dos temas menos compreendido do comportamento organizacional, quanto por Herzberg (1997) para quem por meio da utilização da psicologia da motivação é muita complexa e o que se desenvolveu com algum grau de certeza é ainda muito pouco. Herzberg (1968), mostrava que além do fator econômico existiam dois fatores: os higiênicos, que estavam relacionados com o ambiente de trabalho que tinham a função de reduzir ou impedir a insatisfação, e os fatores motivacionais, que estavam ligados a satisfação no trabalho, de outros subfatores como a realização, o reconhecimento, do próprio trabalho, da responsabilidade, da possibilidade de crescimento e do desenvolvimento ou progresso atestada anos mais tarde por Abergo (2014).
Autor: Eduardo Nunes de Magalhães, Ester Melo Vieira
Fonte: Revista Sustinere
Sítio Online da Publicação: Revista Sustinere
Data de Publicação: 07/12/2017
Publicação Original: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/sustinere/article/view/30168/23156
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