Foto: Divulgação via Pixabay
O ferro é um elemento que não circula no sangue na forma livre, pois desse modo ele facilita reações com peróxido de hidrogênio que formam os chamados radicais livres, sendo tóxico para o organismo. Assim, ele é transportado seguramente pela proteína transferrina, sintetizada pelo fígado, e distribuído para os diversos tecidos conforme a demanda.
Nos casos de excesso de ferro, ele acaba presente no sangue na forma livre, com o potencial de causar danos. Já no interior celular, ferro está associado firmemente a proteínas específicas que executam reações e funções importantes, como a hemoglobina, nas hemácias (células sanguíneas), que transporta oxigênio.
Entre as classes de ferro celular, o chamado ferro lábil é frequentemente considerado pró-oxidante, ou seja, participa de reações com peróxido de hidrogênio que causam danos a estruturas da célula, por estar associado com a produção de um radical livre que reage com facilidade, o hidroxila. No entanto, agora pesquisadores demostraram que o ferro lábil também pode ter uma ação antioxidante, já que reage com o potente oxidante peroxinitrito, neutralizando sua ação prejudicial.
O trabalho teve a liderança do professor José Carlos Toledo Jr., do Centro de Processos Redox em Biomedicina (Cepid Redoxoma) e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, e foi publicado no Journal of Biological Chemistry (JBC).
Toledo alerta que, quando se descrevem reações e consequências biológicas envolvendo radicais e oxidantes reativos, a generalização deve ser evitada. “Nossos dados podem fornecer insights sobre processos biológicos que envolvem óxido nítrico, peroxinitrito e o ferro lábil”, afirmou.
O pesquisador ressalta, no entanto, que os resultados obtidos não estão em conflito com dados que apontam os danos causados pela desregulação da homeostase (equilíbrio fisiológico) do ferro ou em condições de sobrecarga de ferro. Nestes casos, o ferro pode sim causar danos oxidativos e ser decisivo na proliferação de agentes que causam doenças.
O Centro de Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma) é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiados pela Fapesp.
Com informações de Maria Célia Wider, da Assessoria do Cepid Redoxoma
Texto original: http://redoxoma.iq.usp.br
Autor: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 22/05/2018
Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/pesquisa-muda-perspectiva-sobre-acao-do-ferro-na-celula/
O ferro é um elemento que não circula no sangue na forma livre, pois desse modo ele facilita reações com peróxido de hidrogênio que formam os chamados radicais livres, sendo tóxico para o organismo. Assim, ele é transportado seguramente pela proteína transferrina, sintetizada pelo fígado, e distribuído para os diversos tecidos conforme a demanda.
Nos casos de excesso de ferro, ele acaba presente no sangue na forma livre, com o potencial de causar danos. Já no interior celular, ferro está associado firmemente a proteínas específicas que executam reações e funções importantes, como a hemoglobina, nas hemácias (células sanguíneas), que transporta oxigênio.
Entre as classes de ferro celular, o chamado ferro lábil é frequentemente considerado pró-oxidante, ou seja, participa de reações com peróxido de hidrogênio que causam danos a estruturas da célula, por estar associado com a produção de um radical livre que reage com facilidade, o hidroxila. No entanto, agora pesquisadores demostraram que o ferro lábil também pode ter uma ação antioxidante, já que reage com o potente oxidante peroxinitrito, neutralizando sua ação prejudicial.
O trabalho teve a liderança do professor José Carlos Toledo Jr., do Centro de Processos Redox em Biomedicina (Cepid Redoxoma) e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, e foi publicado no Journal of Biological Chemistry (JBC).
Toledo alerta que, quando se descrevem reações e consequências biológicas envolvendo radicais e oxidantes reativos, a generalização deve ser evitada. “Nossos dados podem fornecer insights sobre processos biológicos que envolvem óxido nítrico, peroxinitrito e o ferro lábil”, afirmou.
O pesquisador ressalta, no entanto, que os resultados obtidos não estão em conflito com dados que apontam os danos causados pela desregulação da homeostase (equilíbrio fisiológico) do ferro ou em condições de sobrecarga de ferro. Nestes casos, o ferro pode sim causar danos oxidativos e ser decisivo na proliferação de agentes que causam doenças.
O Centro de Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma) é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiados pela Fapesp.
Com informações de Maria Célia Wider, da Assessoria do Cepid Redoxoma
Texto original: http://redoxoma.iq.usp.br
Autor: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 22/05/2018
Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/pesquisa-muda-perspectiva-sobre-acao-do-ferro-na-celula/
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