segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Em 2018, 118 macacos morreram no estado do Rio de Janeiro; Em 52% dos casos, os primatas foram mortos por espancamento ou envenenamento


Até o final da manhã de ontem (24), 118 macacos mortos este ano no estado do Rio de Janeiro foram levados para necrópsia no Instituto de Diagnóstico, Vigilância, Fiscalização Sanitária e Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, na zona norte da capital fluminense.
Em 52% dos casos, os primatas foram mortos por espancamento ou envenenamento, informou a subsecretária de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, Márcia Rolim.
Em janeiro do ano passado, o instituto recebeu 14 corpos de macacos. Somente na manhã desta quarta-feira, o órgão responsável pela necrópsia dos primatas recebeu para análise 14 animais. Em 2017, foram mais de 600 macacos mortos encaminhados para o Jorge Vaitsman.
“Quero sensibilizar a população sobre a violência contra essa espécie. Nunca vi um massacre desses. A população ainda não entendeu que não é o macaco que transmite o vírus da febre amarela para o homem e está agredindo os animais”, disse Márcia.
Os macacos também são vítimas da doença. O vírus é transmitido pela picada de mosquitos silvestres.
A subsecretária informou que o instituto está recebendo macacos com traumatismo craniano, vísceras rompidas ou envenenados por chumbinho, veneno usado contra ratos. São sagüis, bugios, macaco-prego e até mico-leão-dourado, espécie ameaçada de extinção.
“As pessoas que estão agredindo os macacos estão facilitando a entrada do vírus no município do Rio que não tem caso de febre amarela. Porque eu perco o monitoramento dessas espécies pois eles representam um alerta para as autoridades de que o vírus está presente naquela área. O macaco é considerado um sentinela. A partir do momento em que eu começo a dizimar essas espécies, eu perco essa referência”, afirmou Márcia.
Ela lembra que matar os primatas é passível de punição por ser considerado crime ambiental com pena de seis meses a um ano de detenção mais multa.
“Quero fazer esse alerta à sociedade que ela deve reforçar a proteção aos primatas e evitar maus-tratos e violência. Não vamos controlar a febre amarela matando macacos. Este não é o caminho”, completou a subsecretária.

Por Ana Cristina Campos, da Agência Brasil, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 25/01/2018

Autor: Ana Cristina Campos
Fonte: Agência Brasil
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 25/01/2018
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2018/01/25/em-2018-118-macacos-morreram-no-estado-do-rio-de-janeiro-em-52-dos-casos-os-primatas-foram-mortos-por-espancamento-ou-envenenamento/

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