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Ilustração do exoplaneta NGTS-4b, chamado de 'planeta proibido'; 'achávamos que esse planeta não poderia estar ali'
Sua temperatura é de 1 mil graus centígrados e sua massa é 20 vezes a da Terra. Mas o mais surpreendente desse planeta é o lugar onde ele está.
Uma equipe internacional de cientistas descobriu o primeiro exoplaneta (ou seja, um planeta fora do Sistema Solar) no chamado Deserto Neptuniano - região tão próxima de uma estrela e tão sujeita à radição que não era esperado que nenhum planeta de tamanho similar a Netuno pudesse existir por ali.
"Esse planeta é muito especial porque está muito, muito perto da estrela que orbita e é muito quente. Pensávamos que os planetas não conseguiriam existir sob essas condições", explicou à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, o pesquisador Daniel Bayliss, do Departamento de Astrofísica da Universidade de Warwick, na Inglaterra, e um dos autores da pesquisa sobre o exoplaneta.
"Chamamos-no de 'planeta proibido', porque se supunha que ele não poderia estar ali."
O Deserto Neptuniano consiste em áreas de intensa radiação e calor, até agora consideradas extremamente inóspitas para a presença de planetas.
Sua temperatura é de 1 mil graus centígrados e sua massa é 20 vezes a da Terra. Mas o mais surpreendente desse planeta é o lugar onde ele está.
Uma equipe internacional de cientistas descobriu o primeiro exoplaneta (ou seja, um planeta fora do Sistema Solar) no chamado Deserto Neptuniano - região tão próxima de uma estrela e tão sujeita à radição que não era esperado que nenhum planeta de tamanho similar a Netuno pudesse existir por ali.
"Esse planeta é muito especial porque está muito, muito perto da estrela que orbita e é muito quente. Pensávamos que os planetas não conseguiriam existir sob essas condições", explicou à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, o pesquisador Daniel Bayliss, do Departamento de Astrofísica da Universidade de Warwick, na Inglaterra, e um dos autores da pesquisa sobre o exoplaneta.
"Chamamos-no de 'planeta proibido', porque se supunha que ele não poderia estar ali."
O Deserto Neptuniano consiste em áreas de intensa radiação e calor, até agora consideradas extremamente inóspitas para a presença de planetas.
"Pensávamos que no Deserto Neptuniano um planeta de tamanho similar a Netuno evaporaria quase totalmente pela radiação, já que grande parte desses planetas é composta de gás, com um único núcleo rochoso."
Os astrônomos já conheciam planetas do tamanho de Júpiter que vivem nessa órbita, mas, segundo Bayliss, "quando um planeta chega ao tamanho de Júpiter (o maior planeta do Sistema Solar), sua gravidade é muito maior e pode, por isso, reter o gás de sua atmosfera e não evaporar".
Também já haviam sido encontrados ali planetas muito pequenos, ou pequenos núcleos rochosos, mas jamais um planeta como o recém-descoberto, que retenha sua atmosfera.
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Equipe internacional de astrônomos fez suas pesquisas no Deserto do Atacama
Deserto chileno
O exoplaneta 'proibido' foi detectado com o telescópio NGTS, sigla em inglês de Next Generation Transit Survey, que se encontra no observatório europeu no Cerro Paranal, no deserto chileno do Atacama.
"Detectamos esses planetas porque, quando passam diante de sua estrela, a luz dela se atenua", explica Bayliss.
"Mas a mudança é extremamente pequena, neste caso menor que 0,2%. Por isso, precisamos de instrumentos muito precisos, e o melhor lugar para colocar esse tipo de instrumento de alta precisão é o Atacama".
O deserto chileno foi escolhido por ser uma área de pouca poluição luminosa e pouca presença de nuvens, o que ajuda na visualização do céu.
O nome científico do novo planeta é NGTS-4b, segundo detalham os pesquisadores no estudo publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Ele é um pouco menor que Netuno e está a 920 anos-luz de distância da Terra.
O NGTS-4 orbita ao redor de sua estrela em apenas 1,3 dia, e nesse período percorre distância equivalente à órbita da Terra ao redor do Sol em um ano.
O grande enigma é como esse "planeta proibido" conseguiu reter sua atmosfera.
Deserto chileno
O exoplaneta 'proibido' foi detectado com o telescópio NGTS, sigla em inglês de Next Generation Transit Survey, que se encontra no observatório europeu no Cerro Paranal, no deserto chileno do Atacama.
"Detectamos esses planetas porque, quando passam diante de sua estrela, a luz dela se atenua", explica Bayliss.
"Mas a mudança é extremamente pequena, neste caso menor que 0,2%. Por isso, precisamos de instrumentos muito precisos, e o melhor lugar para colocar esse tipo de instrumento de alta precisão é o Atacama".
O deserto chileno foi escolhido por ser uma área de pouca poluição luminosa e pouca presença de nuvens, o que ajuda na visualização do céu.
O nome científico do novo planeta é NGTS-4b, segundo detalham os pesquisadores no estudo publicado no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Ele é um pouco menor que Netuno e está a 920 anos-luz de distância da Terra.
O NGTS-4 orbita ao redor de sua estrela em apenas 1,3 dia, e nesse período percorre distância equivalente à órbita da Terra ao redor do Sol em um ano.
O grande enigma é como esse "planeta proibido" conseguiu reter sua atmosfera.
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Telescópio no deserto chileno; descoberta mostra como pesquisadores astronômicos ainda são 'surpreendidos pela natureza'
Os cientistas acham possível que ele só tenha chegado à posição onde está "recentemente" (em termos astronômicos), no último milhão de anos.
Outra possibilidade é que o planeta tenha sido maior e que a sua atmosfera esteja em pleno processo de evaporação.
'Surpreendidos pela natureza'
E que implicações essa descoberta tem para estudos futuros sobre a formação dos planetas?
"Agora sabemos que esse tipo de planeta existe, e podemos analisar os dados obtidos para encontrar outros", diz Bayliss.
Além disso, a descoberta também indica aos astrônomos que os planetas talvez se formem de uma maneira diferente do que se pensava, que podem ter uma composição diferente do esperado (que lhes permita reter sua atmosfera) ou que a radiação de sua estrela possa ser menos intensa.
Para Bayliss, "talvez a principal reflexão é que constantemente somos surpreendidos pela natureza, e cada vez que pensamos que compreendemos os planetas, encontramos planetas estranhos."
"Ainda há muito a ser revelado em nossa galáxia no que se refere a planetas, e há muitas descobertas emocionantes que nos esperam."
Autor: Alejandra Martins
Fonte: BBC News Mundo
Sítio Online da Publicação: BBC Brasil News
Data: 31/05/2019
Publicação Original: https://www.bbc.com/portuguese/geral-48466207
Os cientistas acham possível que ele só tenha chegado à posição onde está "recentemente" (em termos astronômicos), no último milhão de anos.
Outra possibilidade é que o planeta tenha sido maior e que a sua atmosfera esteja em pleno processo de evaporação.
'Surpreendidos pela natureza'
E que implicações essa descoberta tem para estudos futuros sobre a formação dos planetas?
"Agora sabemos que esse tipo de planeta existe, e podemos analisar os dados obtidos para encontrar outros", diz Bayliss.
Além disso, a descoberta também indica aos astrônomos que os planetas talvez se formem de uma maneira diferente do que se pensava, que podem ter uma composição diferente do esperado (que lhes permita reter sua atmosfera) ou que a radiação de sua estrela possa ser menos intensa.
Para Bayliss, "talvez a principal reflexão é que constantemente somos surpreendidos pela natureza, e cada vez que pensamos que compreendemos os planetas, encontramos planetas estranhos."
"Ainda há muito a ser revelado em nossa galáxia no que se refere a planetas, e há muitas descobertas emocionantes que nos esperam."
Autor: Alejandra Martins
Fonte: BBC News Mundo
Sítio Online da Publicação: BBC Brasil News
Data: 31/05/2019
Publicação Original: https://www.bbc.com/portuguese/geral-48466207
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